Pastores evangélicos que hoje apoiam Bolsonaro apoiavam Lula com fervor
Apoiadores de Jair Bolsonaro, pastores evangélicos de diferentes denominações caminharam com Lula em eleições passadas
atualizado
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Apoiadores de Jair Bolsonaro nas eleições deste ano, líderes evangélicos de diferentes denominações já caminharam de maneira fervorosa com Lula em outras corridas presidenciais.
Fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo chegou a criticar o pastor da Assembleia de Deus Silas Malafaia, em 2006, por não apoiar a petista Dilma Rousseff, indicada por Lula para ser sua sucessora:
“Para justificar que não apoiaria a candidata Dilma, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, acusou o PT de ser a favor do aborto e apoiar o casamento de homossexuais. Pronto, o caminho estava aberto para, sabe-se lá com que interesse, apoiar o candidato (José) Serra (então presidenciável do PSDB)”, atacou Macedo.
O próprio Malafaia, que protagonizou atritos com Macedo, já apoiou Lula na corrida ao Planalto por mais de uma vez. “Em 2002 e 2006, apoiei Lula”, reconheceu em postagem numa rede social. Não poderia ser diferente: uma foto em que aparece de mãos dadas com o petista não daria margem para que dissesse o contrário (veja mais imagens na galeria abaixo).
Da Assembleia de Deus de Madureira, o pastor Manoel Ferreira afirmou em 2006 que sua igreja apoiava Lula devido às políticas públicas desenvolvidas para as classes sociais mais baixas. A “razão maior” do apoio da Assembléia de Deus a Lula, disse Ferreira, é o fato de o governo ser o “que tem dado comida ao maior número de pobres”.
Em 2002, Bispo Rodrigues, integrante da igreja de Edir Macedo, trabalhou arduamente por Lula.
“Todos pelo Lula era difícil, e o meu temor era que fossem todos para o Serra”, disse, após conseguir apoios religiosos para o petista. Atualmente, a Igreja Universal do Reino de Deus é uma das principais apoiadoras de Bolsonaro no segmento evangélico.
Um dos maiores símbolos da mudança de lado é o bispo Marcelo Crivella, da Universal. Sobrinho de Macedo, ele chegou a ser ministro da Pesca de Dilma Rousseff e, em 2013, deu a seguinte declaração:
“Lula e Dilma ajudam os pobres, que dão mais dízimo”.