Parado, caso Odebrecht contra Paes vai completar 7 anos no STF
Paes e o deputado Pedro Paulo, um dos principais aliados do prefeito do Rio, são investigados por suposto repasse da Odebrecht em 2014
atualizado
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Um inquérito aberto a partir de delações premiadas da Odebrecht contra o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, está parado há um ano no STF e completará em março seu sétimo “aniversário”.
A apuração mira o suposto pagamento ilícito de R$ 300 mil à campanha do deputado federal Pedro Paulo, um dos principais aliados de Paes, em 2014. O repasse, segundo o ex-diretor da Odebrecht e delator Benedicto Júnior, foi intermediado pelo prefeito carioca, a quem a empreiteira deu o codinome de “Nervosinho” em seus sistemas de gerenciamento de pagamentos ilegais.
De março de 2017 até agora, no entanto, a investigação não foi concluída pela Polícia Federal. Nas mais recentes movimentações no inquérito, em fevereiro e março de 2023, a defesa de Eduardo Paes e Pedro Paulo e a Procuradoria-Geral da República divergiram sobre o desfecho da investigação.
Defendidos pelos mesmos advogados, os políticos cariocas reafirmaram pedido feito em julho de 2021 pelo arquivamento da apuração por “excesso de prazo”. A PGR, então sob Augusto Aras, manifestou-se pela continuidade da investigação por mais 30 dias, prazo em que a PF deveria apresentar relatório conclusivo.
Até o momento, contudo, as manifestações da defesa e do Ministério Público Federal ainda não foram analisadas pelo relator do inquérito, André Mendonça.
Outras frentes de investigação contra Eduardo Paes a partir das delações da Odebrecht, que apuravam supostos repasses ilegais nas campanhas de 2010 e 2014 e haviam sido enviadas pelo STF à Justiça Eleitoral e à Justiça Federal do Rio de Janeiro, foram suspensas pelo ex-ministro Ricardo Lewandowski, que considerou nulas as provas apresentadas no acordo de leniência da empreiteira.