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Pai de Cid usou Apex em Miami para negociar joias, diz investigação

General Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid, foi alvo de investigação interna da Apex, onde chefiava escritório do Brasil em Miami

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1 de 1 Imagem colorida do general da reserva Mauro César Lourena Cid PF - Metrópoles - Foto: Roberto Oliveira/Alesp

O general Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, usou a estrutura do escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em Miami para negociar joias vendidas irregularmente por assessores de Jair Bolsonaro. A conclusão é de uma investigação interna da Apex finalizada nesta sexta-feira (12/7).

Lourena Cid foi nomeado por Bolsonaro como chefe do escritório brasileiro da Apex em Miami, nos Estados Unidos, e ficou no posto até o fim do governo. Em abril deste ano, depois de Lourena Cid prestar depoimento à Polícia Federal (PF) no inquérito das joias sauditas, a Apex abriu uma sindicância sobre a gestão do general na agência. Foram colhidos 16 depoimentos. O relatório será enviado à PF, ao STF e ao Tribunal de Contas da União.

A estrutura da Apex foi amplamente usada por Lourena Cid na operação para recomprar as joias sauditas, de acordo com a investigação interna. A irregularidade aconteceu tanto durante quanto depois de sua gestão.

Em janeiro de 2023, já no governo Lula, o general continuava frequentando o escritório e usando celular e notebook funcionais. Foi com o celular funcional da Apex que Lourena Cid tirou fotos das joias apresentadas ao governo brasileiro e depois vendidas irregularmente pelo entorno do ex-presidente. Também usou o aparelho do governo para compartilhar as imagens.

Quando ainda chefiava o escritório da Apex em Miami, em agosto de 2022, Lourena Cid abriu as portas de seu gabinete para o corretor de imóveis Cristiano Piquet, da empresa Piquet Reality. Segundo a PF, Piquet ajudou Bolsonaro a se hospedar em Orlando e também carregou uma mala com as joias para o grupo, entre Orlando e Miami, em janeiro de 2023.

O general da reserva do Exército foi indiciado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Em depoimento à PF, Lourena Cid admitiu ter entregue a Bolsonaro US$ 68 mil arrecadados com a venda de joias recebidas pela Presidência.

Lourena Cid e Bolsonaro se conheceram nos anos 1970, quando estudaram juntos na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). O filho do general, o tenente-coronel Mauro Cid, era ajudante de ordens de Bolsonaro e seu principal auxiliar. Mauro Cid carregava o celular de Bolsonaro e fazia pagamentos pessoais para a família do ex-presidente.

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