Pacheco resiste a aprovar lei que põe Mata Atlântica em risco
A Câmara dos Deputados incluiu jabutis numa medida provisória do governo Bolsonaro para afrouxar a legislação que protege a Mata Atlântica
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, indicou a outros parlamentares que não se comprometerá com a aprovação da medida provisória (MP) que afrouxa as proteções à Mata Atlântica, o bioma mais devastado do país.
As mudanças foram incluídas numa medida provisória do governo Bolsonaro aprovada pela Câmara no dia 30 de março. Os trechos incluídos no texto foram apresentados por Rodrigo de Castro, do União Brasil de Minas Gerais, Léo Prates, do PDT da Bahia, e João Carlos Bacelar, do PL da Bahia.
A MP de Bolsonaro ampliava o prazo para imóveis rurais aderirem ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), mas as emendas permitiram, entre outras medidas, o desmatamento para obras de infraestrutura e a liberação para a devastação ocorrer sem estudos de impacto ambiental.
Pacheco tem dito que seria hipocrisia aprovar as emendas após ter ido à China defender o desenvolvimento sustentável. O presidente do Senado integrou a delegação de Lula nas visitas a Pequim e a Xangai.
Em 2021, Pacheco foi alvo de protestos feitos pelas principais organizações defensoras do meio ambiente. O Greenpeace e a WWF divulgaram a foto de Pacheco sobreposta à de uma floresta pegando fogo. “O homem mais importante que você nunca ouviu falar”, dizia o texto da montagem, em inglês. As ONGs afirmavam ao público estrangeiro que cabia ao presidente do Senado travar projetos que ameaçavam a Amazônia.