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Outro preso do 8 de Janeiro já havia morrido, mas em casa

Antonio Marques da Silva, preso em frente ao QG do Exército, usava tornozeleira eletrônica e vivia no Mato Grosso

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Invasão do Congresso Nacional em 8 de janeiro de 2023
1 de 1 Invasão do Congresso Nacional em 8 de janeiro de 2023 - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Menos de um mês antes da morte de Cleriston Pereira da Cunha, um dos presos do 8 de Janeiro, no presídio da Papuda, em Brasília, na segunda-feira (20/11), outro homem detido por participação nos atos antidemocráticos na capital também havia morrido.

Ao contrário de Pereira, no entanto, Antonio Marques da Silva, de 49 anos, havia deixado a prisão ainda em janeiro, com medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, e respondia a processo no Supremo Tribunal Federal. Ele faleceu em Barra do Garças (MT), cidade onde vivia, em 29 de outubro, às 17h30. Segundo informou a defesa de Marques ao ministro Alexandre de Moraes, a causa do óbito foi “choque neurogênico e traumatismo crânio encefálico grave”.

Quando foi preso, ele fazia uso de dois medicamentos usados para controle de hipertensão arterial: losartana e hidroclorotiazida.

Maranhense de Bom Jardim, Antonio Marques da Silva trabalhava como pavimentador de rodovias, mas estava desempregado quando foi a Brasília. Marques estudou até a quarta série e deixou sete filhos. Ele chegou à capital em 7 de janeiro, de ônibus, em uma viagem que não lhe custou nada, segundo disse à Polícia Federal, e ficou acampado em frente ao Quartel General do Exército.

Marques foi preso em 9 de janeiro, na frente do QG, por ordem de Moraes. Ele afirmou à PF que chegou a ir à Praça dos Três Poderes por volta das 16h30 do 8 de Janeiro, mas o movimento já estava recuando, e ele, conforme sua versão, não invadiu prédio público. Antonio Marques já foi filiado ao PDT e ao PSC e estava filiado ao Solidariedade.

Denunciado pela PGR em março, Marques respondia a uma ação penal no STF por incitação ao crime equiparada pela animosidade das Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais e associação criminosa. A acusação contra ele foi aceita no começo de maio, com os votos de oito dos 10 ministros que então compunham a Corte. Apenas Nunes Marques e André Mendonça votaram contra a denúncia.

Em agosto, a ação penal contra Marques foi suspensa por Moraes por 120 dias, em razão da possibilidade reconhecida pelo ministro de a PGR oferecer acordos de não persecução penal a réus do 8 de Janeiro. Diante da morte do cliente, a defesa de Antonio Marques informou a Alexandre de Moraes no último dia 13 e, na sexta (20/11), o ministro declarou extinta a punibilidade em relação a ele.

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metropoles.comGuilherme Amado

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