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Os Orleans e Bragança e a tragédia em Petrópolis, que os sustenta

Mesmo recebendo dinheiro de impostos da cidade, herdeiros da família real limitaram-se até agora a divulgar uma nota de solidariedade

atualizado

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Luciano Belfort/Especial Metrópoles
Tragédia em Petrópolis, na Região Serrana do RJ. Bombeiros trabalham no deslizamento do Morro da Oficina
1 de 1 Tragédia em Petrópolis, na Região Serrana do RJ. Bombeiros trabalham no deslizamento do Morro da Oficina - Foto: Luciano Belfort/Especial Metrópoles

Enquanto a cidade imperial Petrópolis está sob lama e mais de 130 vidas já foram perdidas, os herdeiros da família real Orleans e Bragança limitaram-se até agora a divulgar uma nota de solidariedade. Suas altezas, aliás, mantiveram a agenda à toda.

Na quarta-feira (16/2), um dia após as chuvas, enquanto as atualizações dos bombeiros divulgavam novas mortes a cada hora, Dom Bertrand Orleans e Bragança, teoricamente o “Príncipe Imperial do Brasil”, gravava uma entrevista para um canal humorístico de política conservadora.

Já Dona Maria Gabriela, conhecida como Lelli Orleans e Bragança, a “Princesa do Brasil”, manteve o silêncio em suas redes sociais e publicou, na quinta-feira (18/2), uma pintura da Amazônia.

A Casa Imperial, instituição da família Orleans e Bragança que defende a volta da monarquia, divulgou, na quarta-feira, uma nota na qual parabenizaram o espírito “cristão e voluntarioso” dos bombeiros e ofereceram “solidariedade e oração”.

Entenda melhor o que é a Taxa do Príncipe.

(Atualização às 12h47 do dia 19 de fevereiro de 2022 – A primeira versão desta reportagem informava que Dom Bertrand Orleans Bragança e Dona Maria Gabriela recebiam impostos de Petrópolis. A coluna errou. Os citados são do Ramo de Vassouras, cidade também imperial no noroeste fluminense, e, portanto, não recebem impostos pela cidade da região serrana acometida pelas chuvas.)

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Criado pelo imperador dom Pedro II, em 1847, o laudêmio ou “taxa do príncipe” é um imposto recolhido em alguns pontos da localidade fluminense
A taxa foi instituída quando o imperador teve a ideia de distribuir lotes de terra da região a imigrantes alemães. O objetivo era colonizar as terras da então Fazenda do Córrego Seco, comprada em 1830 por seu pai, dom Pedro I
O tributo determina que quando um imóvel localizado no terreno onde ficava a Fazenda do Córrego Seco muda de dono, uma taxa de 2,5% do valor da venda deve ser paga aos descendentes de parte da antiga família imperial Orleans e Bragança no Brasil
A cobrança do laudêmio é destinada aos habitantes do centro e de outros bairros mais valorizados de Petrópolis, onde foi enterrado o ex-imperador do Brasil
O valor tem de ser pago à vista à Companhia Imobiliária de Petrópolis, entidade administrada pelos descendentes de dom Pedro II. Caso contrário, o comprador, a quem cabe o pagamento da taxa, não recebe a escritura definitiva do imóvel adquirido
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Desde a vigência do Império no Brasil até os dias atuais, alguns moradores de Petrópolis (RJ), região atingida por fortes chuvas, pagam uma taxa imobiliária à família real brasileira

Aline Massuca/Metrópoles
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Criado pelo imperador dom Pedro II, em 1847, o laudêmio ou “taxa do príncipe” é um imposto recolhido em alguns pontos da localidade fluminense

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A taxa foi instituída quando o imperador teve a ideia de distribuir lotes de terra da região a imigrantes alemães. O objetivo era colonizar as terras da então Fazenda do Córrego Seco, comprada em 1830 por seu pai, dom Pedro I

Reprodução/Museu Imperial
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O tributo determina que quando um imóvel localizado no terreno onde ficava a Fazenda do Córrego Seco muda de dono, uma taxa de 2,5% do valor da venda deve ser paga aos descendentes de parte da antiga família imperial Orleans e Bragança no Brasil

Museu Imperial
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A cobrança do laudêmio é destinada aos habitantes do centro e de outros bairros mais valorizados de Petrópolis, onde foi enterrado o ex-imperador do Brasil

Reprodução
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O valor tem de ser pago à vista à Companhia Imobiliária de Petrópolis, entidade administrada pelos descendentes de dom Pedro II. Caso contrário, o comprador, a quem cabe o pagamento da taxa, não recebe a escritura definitiva do imóvel adquirido

Reprodução
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Segundo o site de Luiz Philippe de Orleans e Bragança, o valor tem um investimento específico. "Boa parte do laudêmio pago ao ramo de Petrópolis é utilizado na conservação de prédios históricos e públicos de Petrópolis, como o Palácio Imperial"

Divulgação/Museu Imperial
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Em entrevista ao site Aventuras na História, o ex-vereador de Petrópolis Anderson Juliano disse que a existência da taxa é respaldada pela legislação federal

Reprodução/TV Globo
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O laudêmio não é uma exclusividade da família imperial nem cobrado apenas em Petrópolis. Em outras regiões do Brasil, há quem tenha que pagar taxa à Igreja Católica ou à União

Prefeitura de Petrópolis
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Na Câmara dos Deputados, tramitam alguns projetos de lei que tentam acabar com a cobrança. Um dos mais recentes é o PL 553/2020 do deputado federal Rogério Correia (PT)

Divulgação

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