Destinatárias de pelo menos 20% dos recursos públicos do fundo partidário, conforme previsão legal, as fundações mantidas por partidos para pesquisas e formação política receberam até agora, em 2024, pouco mais de R$ 72 milhões das legendas. O valor é a soma dos repasses às entidades já informados pelas legendas à Justiça Eleitoral neste ano.

Entre os partidos que iniciaram a prestação de contas junto ao TSE em 2024, PT e PL, donos das maiores fatias do fundo partidário, são também as siglas que mais repassaram recursos às suas fundações. A petista Perseu Abramo recebeu até agora R$ 14,9 milhões, enquanto o Instituto Álvaro Valle, do PL, R$ 12,5 milhões.

Conforme levantamento da coluna na prestação de contas, em seguida vêm a Fundação Índigo, do União Brasil, com R$ 11,9 milhões; a Fundação Republicana Brasileira, do Republicanos, com R$ 9,2 milhões; a Fundação Ulysses Guimarães, do MDB, com R$ 7,4 milhões; e o Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, com R$ 3,5 milhões.

Com tantos recursos, os comandos das fundações são cargos vistosos nas burocracias partidárias e algumas delas abrigam nomes conhecidos.

A Fundação Perseu Abramo é tocada atualmente por Paulo Okamotto, um dos mais próximos amigos de Lula, e a Fundação Espaço Democrático, do PSD, tem à frente de seu “conselho superior de orientação” Gilberto Kassab, presidente do partido e homem-forte do governo Tarcísio Gomes de Freitas em São Paulo.

Na Índigo, o mandachuva é o ex-prefeito de Salvador ACM Neto e, no tucano Teotônio Vilela, o presidente é o deputado Aécio Neves.

Veja abaixo os valores repassados por partidos às suas fundações, conforme a prestação de contas à Justiça Eleitoral em 2024 até essa quinta-feira (18/7):