Os meses de espera de José Dirceu por xeque-mate contra Moro no STF
Dirceu pediu ao STF em janeiro que Moro seja declarado suspeito contra ele na Lava Jato, o que levaria à anulação de processos
atualizado
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Na próxima semana, mais exatamente na quinta-feira (12/9), completam-se oito meses da espera de José Dirceu por uma decisão do ministro Gilmar Mendes quanto a um pedido para que o ex-juiz federal Sergio Moro, hoje senador, seja declarado suspeito em sua atuação contra o ex-ministro na Operação Lava Jato.
Como mostrou a coluna em janeiro, ao revelar o pedido, os advogados de Dirceu esperam que uma canetada de Gilmar nesse sentido leve à anulação de dois processos em que o petista foi condenado na Lava Jato.
A defesa solicitou ao ministro que estenda a Dirceu os efeitos da decisão da Segunda Turma do STF que considerou Moro suspeito para julgar o presidente Lula na Lava Jato.
O argumento dos advogados é que os processos e condenações a que foi submetido por Moro no petrolão eram um meio necessário para atingir Lula. Assim, se o Supremo considerou que o ex-juiz atuou com parcialidade em relação ao presidente, o mesmo deveria ser aplicado em relação ao ex-ministro.
Nos dois processos em questão, Dirceu foi sentenciado por Moro a um total de 32 anos e um mês de prisão por crimes de corrupção passiva, pertinência a organização criminosa e lavagem de dinheiro. O ex-ministro teve condenações nestes casos confirmadas no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), de segunda instância, e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde tramitam recursos.
O pedido a Gilmar, que tramita sob segredo de Justiça no gabinete dele, está concluso para uma decisão do ministro desde abril. Desde então, no entanto, o decano do STF ainda não tomou uma decisão sobre declarar Sergio Moro suspeito em relação a José Dirceu.
Aliados dizem que o ex-ministro tem planos para recuperar os direitos políticos e se candidatar nas eleições de 2026. Em maio, a Segunda Turma do STF anulou uma das sentenças impostas a Dirceu na Lava Jato, a oito anos, 10 meses e 28 dias de prisão.
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