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Governo emprega 5 de instituto de Ives Gandra, jurista pró- Bolsonaro

Gandra é presidente de honra do Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR) , que tem cinco integrantes no Ministério da Mulher

atualizado

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Acervo pessoal
ives gandra martins
1 de 1 ives gandra martins - Foto: Acervo pessoal

O governo Bolsonaro emprega cinco integrantes do Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR), think tank fundado pelo jurista Ives Gandra Martins, principal defensor de teses jurídicas usadas ou cogitadas por Jair Bolsonaro para justificar rupturas institucionais.

Os cinco são empregados no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, nos primeiros escalões da pasta.

O IBDR foi fundado em novembro de 2018 por Gandra Martins, que é seu presidente de honra, com o objetivo de estudar as relações entre direito e religião, sob a perspectiva judaico-cristã.

O jurista é um dos que faz uma leitura golpista do artigo 142 da Constituição, popular entre bolsonaristas por interpretar que esse dispositivo da Constituição permitiria às Forças Armadas intervir no caso de uma crise entre os Poderes. O artigo, entretanto, não dá em momento algum esse poder aos militares.

Mais recentemente, Gandra também defendeu o indulto dado por Bolsonaro à Daniel Silveira afirmando que ele estava amparado na Constituição.

Um dos empregados no ministério é a filha de Gandra, Angela Gandra Martins, que é secretária nacional da Família e foi escolhida pela ex-ministra Damares Alves. No IBDR, ela é vice-presidente institucional.

O conselho fiscal do instituto tem três integrantes e todos eles estão no ministério. Natamy Bossoni é coordenadora-geral de Educação em Direitos Humanos, Cândido Barreto Neto é coordenador-geral de Combate ao Trabalho Escravo e Warton de Oliveira é secretário executivo do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).

O quinto representante do IBDR é Marcel Edvar Simões, lotado na Secretaria Nacional da Família. Ele é do comitê científico do instituto de Ives Gandra.

A influência de Gandra vai além do Ministério dos Direitos Humanos. O ministro do TST Ives Gandra Filho, é próximo da ex-ministra Damares Alves. Ambos participam de um clube do filme com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Os filmes vistos são majoritariamente cristãos.

Procurado por meio de sua secretária na sexta-feira (22/4), para comentar as contratações, o jurista afirmou que não havia tempo hábil para responder à coluna.

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