Orlando Diniz escreveu à mão sua delação um ano antes de falar ao MPF
Ex-presidente da Fecomércio do Rio de Janeiro, Orlando Diniz não repetiu todo o conteúdo dos documentos aos procuradores
atualizado
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Um juiz do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro trancou na segunda-feira (4/4) a investigação da Lava Jato fluminense que apurava um suposto desvio de R$ 151 milhões do Sistema S, num esquema com advogados. Mas a delação de Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio do estado, vai ser mais difícil de apagar.
Poucos sabem, mas Orlando escreveu à mão todos os anexos de sua delação, um ano antes de supostamente ter sido coagido pelos procuradores da Lava Jato a delatar, conforme trechos dos vídeos de seu depoimento, sem contexto, sugeriram.
O conteúdo foi quase todo repetido no ano seguinte ao Ministério Público Federal, mas nem tudo. Há detalhes saborosos capazes de ainda incomodar muito a advocacia nacional.
A existência dos manuscritos um ano antes da delação enfraquece a tese de que Diniz foi coagido. Se um ano antes, sem estar na presença de nenhum procurador, ele falou o que repetiria na delação, a hipótese de que foi induzido pelos investigadores perde força.