Oposição vai à Comissão de Ética Pública contra presidente de estatal
Coronel indicado por Bolsonaro forçou demissão com prisão, diz funcionário
atualizado
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A oposição pediu nesta quarta-feira que a Comissão de Ética Pública da Presidência abra um processo contra o coronel Ricardo Mello, presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).
No último domingo, a coluna mostrou que o servidor público Fabio Carbonieri acionou o Ministério Público do Trabalho contra o presidente da estatal federal, acusando-o de assédio institucional. Em entrevista, Carbonieri afirmou que no mês passado o coronel da reserva da PM ameaçou prendê-lo se não se demitisse. “Assina sua demissão ou vai sair daqui preso, algemado, vamos chamar a imprensa”, disse o coronel em 6 de maio, segundo o funcionário, que afirmou ter sido acusado de “roubo de energia elétrica” sem provas.
“Os fatos narrados são extremamente graves e apontam para fortes indícios de violação da Constituição, das normas que regem a administração pública, da legislação penal e dos diplomas éticos que devem ser observados por dirigentes de empresas públicas”, escreveu o deputado Ivan Valente, do PSOL de São Paulo, ao órgão colegiado.
Se acolher a representação do parlamentar, a comissão abrirá um processo ético e pedirá uma manifestação do presidente da estatal. A punição máxima que os conselheiros podem estabelecer é a recomendação de demissão do servidor investigado, além de enviar as apurações para órgãos de investigação e controle.