Operação contra ex-chefe de Polícia do RJ vazou na noite anterior
Na manhã da operação, Allan Turnowski disse que perdeu o telefone em campanha; MP alega que delegado mentiu
atualizado
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O ex-chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Allan Turnowski, ficou sabendo que seria alvo de uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro na noite anterior à operação, em 8 de setembro, segundo um documento do MP do Rio enviado à Justiça nesta semana.
No pedido de manutenção da prisão preventiva de Turnowski, o MP conta que o ex-secretário da Polícia Civil “adotou medidas para inviabilizar o encontro de seu aparelho”, que seria alvo de quebra de sigilo.
Ainda segundo o documento enviado pelo MP à Justiça, Turnowski teria mentido que perdeu celular em uma agenda de campanha. O delegado é candidato à Câmara dos Deputados pelo PL de Jair Bolsonaro e Cláudio Castro. Contudo, dados obtidos pelo MP mostram que Turnowski acessou seu telefone em casa, às 22h41 do dia 8 de setembro.
“Sabedor de que ordem de busca e apreensão seria cumprida nas primeiras horas da manhã, [Turnowski] teve oportunidade para adotar medidas para inviabilizar o encontro de seu aparelho”, escreveu o MP no pedido de manutenção da prisão.
Os promotores agora tentam descobrir o paradeiro do telefone de Turnowski para evoluir com as investigações. Todo o conteúdo que embasou a denúncia contra Turnowski veio da apreensão de celulares do delegado Maurício Demétrio, preso desde junho 2021 por cobrar propina de comerciantes. Demétrio também foi denunciado por organização criminosa, no dia 9 de setembro, a exemplo do ex-secretário de Polícia Civil.