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O R$ 1 milhão que a reitoria da Universidade do Acre gastou em viagens

Valor foi gasto em 20 meses, sendo que a reitora da universidade gastou R$ 265 mil; professores reclamam de falta de investimentos

atualizado

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Universidade Federal do Acre
1 de 1 Universidade Federal do Acre - Foto: Divulgação

Uma pesquisa feita no Portal da Transparência pelo comando de greve da Universidade Federal do Acre (Ufac) revelou que o gabinete da reitoria gastou quase R$ 1 milhão em passagens e diárias, entre setembro de 2022 e maio deste ano. Os dados foram apresentados na assembleia da categoria, que aconteceu nessa quinta-feira (20/6).

Ao todo, as viagens e diárias para os ocupantes de 16 cargos da administração superior custaram R$ 993.568,63 no período. Apenas com a reitora Guida Aquino foram gastos R$ 265.526,79.

O volume despendido causou revolta nos docentes que fizeram comparações com quanto a universidade gasta, por exemplo, com programas de pós-graduação.

“Apenas para se ter uma ideia do que significa esse quadro, no ano de 2023, o Programa de Pós-Graduação em Letras: Linguagem e Identidade (PPGLI), o único da UFAC com nota 5 na última avaliação quadrienal da Capes (2017-2020), não recebeu nenhum centavo do orçamento institucional, contando apenas com os recursos do Proap Capes (R$ 54.503,52) para as atividades de pesquisa, extensão, publicações e participação em eventos nacionais e internacionais. Vale lembrar que esse programa conta com 14 docentes permanentes e 115 discentes (mestrado e doutorado)”, disse Gerson Albuquerque, coordenador do curso de Linguagem e Identidade.

Os docentes em greve fizeram outras contas. Segundo eles, o valor de quase R$ 1 milhão seria o suficiente para manter por um ano 118 bolsas de iniciação científica, 40 para mestrandos e 27 discentes para doutorandos.

Ainda de acordo com o comando de greve, os gastos de Guida custeariam, por um ano, 87 bolsas de iniciação científica para discentes de graduação , 29 bolsas para mestrandos e 20 bolsas para doutorandos.

Guida Aquino foi procurada por telefone e mensagem para explicar a razão dos gastos com viagens e o descontentamento dos docentes com o investimento nos programas da universidade, mas não respondeu. A universidade também foi procurada por e-mail e não retornou até o fechamento desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.

 

Mais viagens previstas

Há pelo menos duas viagens internacionais marcadas para membros da reitoria, que já estão autorizadas. Os gastos não constam no levantamento realizado pelo comando de greve.

Em setembro, a pró-reitora de graduação, Ednacelí Damasceno, irá à Roma, na Itália. Segundo publicação no Diário Oficial da União, ela participará da XVII Assembleia Geral e XIV Seminário Internacional do Grupo de Cooperação Internacional de Universidades Brasileiras.

Em outubro, a reitora e sua chefe de gabinete, Ivone de Oliveira Moraes de Souza, embarcarão para Moscou, na Rússia. Lá haverá dois eventos, o I Encontro Brasil-Rússia-Belarus de Cooperação Acadêmica em Ciência, Tecnologia e Inovação; e a cúpula de reitores de todos os Estados do BRICS+.

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