Um conselheiro cresce no jogo de poder da Vale
Uma figura tem tentado aumentar influência na gestão de Gustavo Pimenta, que assumiu como novo CEO da Vale nessa terça-feira
atualizado
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Nos meses que se passaram entre o processo de escolha de Gustavo Pimenta como novo CEO da Vale e a posse dele no cargo, nessa terça-feira (1/10), observadores atentos aos bastidores da mineradora notaram que ganhou influência na companhia um personagem de atuação discreta, mas de crescente poder: o presidente do conselho de administração, André Stieler.
Atribui-se a Stieler a costura do consenso no conselho da Vale em torno do nome de Pimenta, ex-vice-presidente financeiro da companhia. A unanimidade em torno do novo CEO veio depois de repetidos episódios de divisão no colegiado. Em fevereiro, por exemplo, terminou empatada em seis a seis uma votação sobre reconduzir o então CEO, Eduardo Bartolomeo, ou abrir um processo de substituição dele.
Em meio ao processo de transição de Bartolomeo para Gustavo Pimenta, não passou despercebida por interlocutores do conselho o esforço de André Stieler para se aproximar de Pimenta, com vistas a influenciar rumos da gestão na mineradora e expandir seu poder internamente.
Funcionário de carreira do Banco do Brasil, Stieler foi presidente da Previ, fundo de pensão do banco estatal, entre junho de 2021 e novembro de 2023. Ele chegou ao conselho de administração da Vale em novembro de 2021, no governo Bolsonaro.
Foi já sob o governo Lula, em abril de 2023, que Stieler assumiu a presidência do conselho da companhia. A propósito, ele tem feito acenos ao presidente Lula e ao PT. Como mostrou a coluna em abril, Stieler fez uma doação de R$ 20 mil ao partido, e é percebido como um interlocutor entre Pimenta e o Planalto.
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