O jogo do PSD e de Gilberto Kassab para o segundo turno da eleição
Gilberto Kassab definiu que irá liberar os diretórios do PSD no primeiro turno da eleição, mas a posição para o segundo turno está aberta
atualizado
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Integrantes do PSD que articulam as estratégias do partido ao lado de Gilberto Kassab dizem não acreditar que o ex-ministro irá declarar apoio institucional à candidatura de Lula em eventual segundo turno da eleição. A aposta é que Kassab manterá os diretórios livres, mas poderá marcar uma posição pessoal, de acordo com os rumos do pleito.
Kassab afirmou, na terça-feira (27/4), que liberará os diretórios do PSD na eleição presidencial. A decisão será confirmada caso o partido não lance um nome próprio na disputa, mas as chances de o PSD encontrar um filiado para concorrer ao Planalto são remotas.
Aliados de Kassab indicam que o plano do ex-ministro consiste em eleger uma bancada com aproximadamente 60 deputados federais, o que daria condições para o PSD se colocar como o fiel da balança de qualquer governo eleito.
Kassab passou a dizer, nos últimos dias, que não adotará posição pessoal nesta eleição e que seu voto no segundo turno será formulado de acordo com o desfecho do pleito em São Paulo, onde o PSD lançou o ex-prefeito Felício Ramuth como candidato ao governo estadual.
A declaração é vista, no mundo político, como uma tentativa de Kassab prestigiar Ramuth, que ainda é desconhecido do eleitorado paulista. O candidato teve 2% das intenções de voto na pesquisa que o Datafolha apresentou no início deste mês.
Se Ramuth não for para o segundo turno, Kassab pretende transformá-lo num ativo importante para as negociações com os candidatos que permanecerem na disputa. Além disso, o PSD quer ampliar a bancada paulista de cinco para pelo menos oito deputados federais.