Alvo de denúncias de racismo, a agência de publicidade WMcCann disparou nesta sexta-feira (16/2) uma mensagem interna aos seus colaboradores, tentando contornar a situação. Os casos foram revelados numa reportagem da jornalista Silvia Nascimento publicada nessa quinta-feira (15/2), no site Mundo Negro.

Segundo uma das acusações, um diretor da agência duvidou que uma assistente de atendimento negra da agência não trabalhasse na copa, mesmo após uma reunião presencial de três horas com ela.

Outro entrevistado narrou ter ouvido de um diretor que ele tinha “receio em contratar pessoas negras” por não desempenharem bem suas funções. Um ex-funcionário disse que, ao ser demitido, ouviu que havia “contratado muitos negros” para sua equipe.

Enviado pelo setor recursos humanos, com a linguagem própria do ramo, o e-mail interno desta sexta disse que a agência “repudia veementemente qualquer forma de racismo, preconceito ou discriminação” e enumerou medidas tomadas nos últimos anos para aumentar a diversidade e a inclusão na empresa, a exemplo da contratação da consultoria da EmpregueAfro, abertura de um canal de denúncias, reciclagens e treinamentos.

Sobre as acusações, o comunicado da WMcCann não se aprofundou e se limitou a afirmar que “na época em que ocorreram alguns dos eventos mencionados na matéria, todas as medidas cabíveis foram tomadas quando as denúncias chegaram pelos canais da agência e as pessoas acusadas não fazem mais parte de nosso quadro de colaboradores”.

A mensagem do RH ainda citou que 34% de seus profissionais são negros, entre os quais 21% em cargos de liderança, e afirmou que, segundo o “Censo Anual de Diversidade” da WMcCann, “80% dos profissionais negros se sentem incluídos e acolhidos em nosso ambiente de trabalho”.

À reportagem, um dos entrevistados disse não aconselhar “nenhuma pessoa preta ir para essa agência, eles pagam super bem, mas parte desse pagamento vai para remédio de todo estresse e humilhação que o ambiente proporciona”.