O dissabor do cunhado de Marcelo Odebrecht com uma ação na Justiça
Maurício Ferro, ex-executivo da Odebrecht e da Braskem, acionou STF contra ação de improbidade
atualizado
Compartilhar notícia
Ex-diretor da Odebrecht e da Braskem, genro de Emílio e cunhado de Marcelo Odebrecht, Maurício Ferro tem tido dores de cabeça com uma ação de improbidade administrativa a que responde na Justiça do Distrito Federal.
O processo trata de supostos pagamentos ilícitos acertados entre Marcelo e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, destinados a despesas eleitorais do PT, em troca de benefícios fiscais que favorecessem o Grupo Odebrecht, sobretudo a Braskem.
O ex-executivo, que era diretor jurídico da Braskem, acionou o Supremo Tribunal Federal na semana passada, por meio de uma reclamação, pedindo que a ação seja extinta.
Além de alegações de que a manutenção do processo ofende a decisão do STF sobre anulação de provas do acordo de leniência da Odebrecht e deve, por isso, ser encerrado, Ferro argumentou que, por causa da ação, tem passado por “sérias dificuldades para encaminhamento de sua profissão”. Ele é advogado.
Sua defesa afirmou que, em razão do processo, ele não consegue obter certidão negativa em seu nome e tem de ficar explicando, em âmbito profissional, a existência da ação. Nas palavras de seus advogados, Ferro só foi incluído no processo de improbidade por “ter realizado trabalho estritamente jurídico em favor da antiga empresa na qual era diretor jurídico”.
O ex-executivo da Odebrecht também relatou que a continuidade da ação tem prejudicado até seus familiares. Ferro afirmou que seu filho, Luiz Eduardo, teve um pedido negado pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos ao tentar se registrar como investidor no país.
A solicitação foi rejeitada no final de fevereiro porque o empreendimento recebeu uma doação de US$ 500 mil de Maurício Ferro e as autoridades americanas consideraram que, em razão de existir essa ação judicial contra ele, a origem legítima do dinheiro não estaria devidamente comprovada.
O pedido de Ferro ao STF foi distribuído ao ministro Edson Fachin, mas ele encaminhou o caso ao presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, para que avalie se a ação deve ter Dias Toffoli como relator. Toffoli é responsável pelo processo que levou à anulação das provas da Odebrecht no Supremo.