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O dia em que Lula decidiu demitir o presidente do BC

Livro detalha relação de Lula e Meirelles; “Eles não são loucos”, do jornalista João Borges, será lançado nesta 3ª feira em Brasília

atualizado

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Renato Araújo/Agência Brasil
Lula e Henrique Meirelles
1 de 1 Lula e Henrique Meirelles - Foto: Renato Araújo/Agência Brasil

Em abril de 2008, no segundo mandato presidencial, Lula decidiu demitir o então presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles. O presidente havia pedido que auxiliares preparassem o clima para o afastamento e buscassem um nome para suceder Meirelles no BC. O relato está no livro “Eles não são loucos — os bastidores da transição presidencial FHC-Lula”, do jornalista João Borges, que será lançado nesta terça-feira (7/2) em Brasília.

O motivo principal da irritação de Lula com Meirelles era a alta da taxa de juros. O petista já havia cobrado Meirelles diretamente em uma reunião no Planalto ainda em 2005, no primeiro mandato. “Meirelles, nós vamos perder a eleição!”, disse Lula ao presidente do BC na época, segundo o livro.

Reeleito, Lula voltaria a se irritar com o ritmo lento da queda dos juros no país, o que frustrava seu objetivo de um crescimento rápido da economia. Em abril de 2008, Lula informou que demitiria Meirelles a Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda que havia convidado Meirelles ao governo. Palocci ficou encarregado de preparar o terreno para a saída.

Antes disso, Meirelles já havia notado que estava em baixa com Lula. Ao deixar uma reunião com o petista, ouviu a reclamação: “Meirelles, você nunca convidou eu e a Marisa [Marisa Letícia, então primeira-dama] para jantar na sua casa”, disse o presidente, que foi prontamente convidado. O jantar foi preparado dali a três dias na casa de Meirelles, mas Lula não apareceu.

No mês seguinte à decisão de demitir Meirelles, Lula recuou. Entre um evento e outro, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s concedeu o grau de investimento ao Brasil e passou a considerar o país como de baixo risco. O presidente comemorou a notícia e, quando foi procurado pelo então ministro da Fazenda, Guido Mantega, com um nome para suceder Meirelles, respondeu: “Nome pra quê?”.

O livro “Eles não são loucos”, escrito pelo jornalista João Borges e editado pela Companhia das Letras, será lançado em Brasília às 19h desta terça-feira (7/2), na Livraria da Travessa, no Casa Park.

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