O dedo de Ciro Nogueira na formação da CPI das Apostas Esportivas
O senador Ciro Nogueira ajudou um deputado de primeiro mandato do PP do Piauí a assumir a presidência da CPI das Apostas Esportivas
atualizado
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A presidência da CPI das Apostas Esportivas foi entregue a um deputado de primeiro mandato do PP do Piauí devido à proximidade do parlamentar com o senador Ciro Nogueira, o mandachuva do partido.
Deputados que integram a CPI dizem que não entenderam por que Arcoverde foi o escolhido para presidir o colegiado. O acordo, dizem, foi costurado dentro do PP.
Esperava-se que o líder do PP na Câmara, André Fufuca, assumisse a chefia de uma das CPIs, mas o deputado abriu mão da indicação. Arcoverde surgiu como a segunda opção para presidir a CPI das Americanas. Como o posto acabou com o Republicanos, o apadrinhado de Ciro Nogueira foi deslocado para a Comissão das Apostas Esportivas.
Arcoverde ingressou na política sob as bênçãos de Ciro Nogueira. Foi deputado estadual entre 2015 e 2022, chefiou o PP do Piauí e presidiu o River Atlético Clube. Ciro também foi dirigente do River e entregou uma camisa da equipe piauiense para Jair Bolsonaro em 2020.
O envolvimento de Ciro com o futebol não fica restrito ao Piauí. Em 2016, o senador articulou para impedir as convocações dos ex-presidentes da CBF Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero na CPI do Futebol.
Em 2021, o funcionário da Anvisa que interrompeu um jogo entre Brasil e Argentina, em São Paulo, relatou que o atual presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, tentou colocá-lo em contato com Ciro, à época chefe da Casa Civil, para demovê-lo da ideia de cancelar a partida. Quatro jogadores argentinos tinham violado as normas sanitárias para entrar no país.