Novo número dois da Abin doou para candidatos de esquerda
Marco Aurélio Chaves Cepik, nomeado como novo diretor-adjunto da Abin, fez doações a candidaturas de PT e PCdoB entre 2016 e 2022
atualizado
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Nomeado na terça-feira (30/1) como novo diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), segunda posição mais importante na hierarquia do órgão, Marco Aurélio Chaves Cepik fez doações eleitorais a candidatos de PT e PCdoB em todas as eleições entre 2016 e 2022.
Nos quatro pleitos (2016, 2018, 2020 e 2022), Cepik fez repasses pequenos a seis candidaturas dos dois partidos, a maior parte delas no Rio Grande do Sul, estado de origem do novo número 2 da Abin. As doações totalizam R$ 3.450.
Em 2016, ele doou R$ 1.000 a Titi Alvares, então candidata a vereadora em Porto Alegre pelo PCdoB. Em 2018, o agraciado por uma doação de R$ 1.000 de Cepik foi Dr. Leandro Minozzo, que disputou uma cadeira de deputado estadual pelo PCdoB no Rio Grande do Sul. Titi e Minozzo não se elegeram.
Na eleição municipal de 2020, a candidata petista a vereadora de Porto Alegre Laura Sito recebeu R$ 200 de Marco Aurélio Cepik e foi eleita. Dois anos depois, quando Laura se elegeu deputada estadual, Cepik colaborou com a campanha dela em R$ 500.
Também em 2022, o novo membro da cúpula da Abin fez uma doação de R$ 500 à candidatura de Luiza Dulci a deputada estadual em Minas Gerais e participou, com R$ 250, de um financiamento coletivo destinado à campanha do candidato do PT ao governo do Rio Grande do Sul, Edegar Pretto.
Não eleitos em 2022, tanto Pretto quanto Luiza ocupam atualmente cargos no governo Lula. Ele é diretor-presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e ela foi nomeada como assessora da Secretaria-Geral da Presidência.
Na Abin, onde até então era diretor da Escola de Inteligência, Marco Aurélio Chaves Cepik vai substituir Alessandro Moretti, exonerado por Lula nesta quarta. Moretti foi citado pela PF nas apurações sobre um suposto conluio entre a atual gestão da Abin e investigados pelo funcionamento de uma “Abin paralela” no governo Bolsonaro, por meio do uso do software First Mile.