Negociação na reforma ministerial escancara briga por poder no PP
Poder no partido é disputado entre Arthur Lira, presidente da Câmara, e Ciro Nogueira, presidente da sigla
atualizado
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A negociação para garantir um ministério do governo Lula para André Fufuca, deputado do PP do Maranhão, escancara uma divisão interna no PP.
Ciro Nogueira, senador do Piauí e presidente do partido, resistia a integrar o governo, inicialmente. Ele foi ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro e, na sua avalição, a condição oferecida por Lula ainda não é favorável o suficiente para justificar pular para o outro lado da cerca.
Lira, porém, começou a costurar junto ao Palácio do Planalto para que Fufuca se tornasse ministro do governo Lula dentro da reforma ministerial que deve contemplar PP e Republicanos.
Fufuca é uma das pessoas mais próximas de Ciro Nogueira na bancada do PP na Câmara dos Deputados. Com essa movimentação, Lira o atraiu para sua esfera de influência, já que espera ser o padrinho de sua indicação.
Uma movimentação parecida foi a indicação de Margarete Coelho, ex-deputada do PP do Piauí, para a presidência da Caixa. Lira faz campanha pela aliada tomando também o lugar de Ciro, que é muito próximo de Coelho em seu estado.
Ciro não se opõe à movimentação de Fufuca, que é seu aliado, mas tem pressionado por boas condições em um eventual ministério. No Ministério dos Esportes, para o qual o PP é cotado, a ideia é conseguir controlar a regulação do setor de apostas e, para o futuro, usar o espaço para tentar avançar na legalização de cassinos no Brasil.