MPRJ: petista acusado por morte de jornalista também desviou dinheiro
MP diz que deputado do PT do Rio de Janeiro comprou casa supervalorizada do próprio primo com dinheiro público
atualizado
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O deputado estadual Renato Machado, do PT do Rio de Janeiro, denunciado pelo Ministério Público como mandante do assassinato de um jornalista, em 2019, em Maricá, foi alvo de outra denúncia nesta segunda-feira (23/9). De acordo com o órgão, ele e o primo são suspeitos de peculato por terem desviado dinheiro da prefeitura da cidade à época em que o deputado era presidente de uma autarquia municipal.
Eles já haviam sido denunciados por esse suposto crime, em junho, na esfera cível. Agora, a denúncia é criminal.
Segundo a denúncia, quando Renato era presidente da Somar, autarquia de Maricá que é responsável pelas obras públicas, autorizou a compra de um imóvel do próprio primo, Reginaldo Machado dos Santos, por R$ 1,1 milhão. A compra aconteceu em abril de 2021.
Ainda conforme informações que constam na denúncia, dois meses antes o imóvel havia sido avaliado em R$ 500 mil. As investigações mostraram que após a desapropriação do imóvel, Reginaldo fez saques que somaram R$ 150 mil e repassou valores a Renato, em espécie.
Sobre a denúncia, a assessoria de Renato afirmou que “o deputado ainda não foi formalmente notificado sobre o recebimento da denúncia, de sorte que a defesa ainda se pronunciará nos autos a seu respeito; já tendo sido apontadas, todavia, inconsistências e fragilidades da versão da acusação, que certamente serão levadas em conta pela Justiça no momento processual oportuno”.
A Prefeitura de Maricá, através de nota, afirmou que “atua com foco total em transparência e na eficaz aplicação dos recursos públicos”. E que “as operações da Somar seguem a legislação vigente e atendem a todas as suas exigências, além de passarem por aprovação dos órgãos de controle”. Finalizou afirmando que “a gestão municipal é inteiramente aberta a apurações de órgãos competentes”.
Deputado é acusado de ser mandante de assassinato
Também nessa segunda-feira (23/9), ele foi alvo de uma denúncia por ter sido o mandante do assassinato do jornalista Robson Giorgo. O crime aconteceu em 2019, em Maricá, no Rio de Janeiro, e de acordo com os promotores, a razão foi motivo torpe e vingança.
Robson era dono do jornal “O Maricá” e foi assassinado com seis tiros na frente da esposa. À época, ele havia noticiado que o deputado mantinha uma relação extraconjugal com Vanessa da Matta Andrade, conhecida como Vanessa Alicate, que supostamente estaria grávida.
Sobre este caso, o deputado afirmou que “a Justiça sequer analisou a viabilidade da denúncia pelo homicídio do jornalista, uma vez que, ao propor a ação, o MPRJ deixou de juntar documentos indispensáveis para a análise pelo juízo sobre a viabilidade da acusação”. E que “além disso, é preciso destacar que a versão da acusação tem por base o depoimento isolado de uma única testemunha, que apresentou quatro versões ao longo da investigação, tendo sido presa em flagrante por falso testemunho, inclusive, pelo próprio delegado”.
(Atualização às 11h30 do dia 26: A defesa do deputado enviou a seguinte nota à coluna: “A defesa recebe a decisão do magistrado com serenidade e permanece confiante no reconhecimento da inocência do deputado Renato Machado. O recebimento da denúncia é uma decisão protocolar, na qual o juiz apenas analisa o aspecto formal da acusação. A resposta à acusação trará elementos a recomendar a revisão dessa decisão. Causa estranheza uma denúncia tão grave baseada exclusivamente no depoimento de uma única pessoa, totalmente isolado do restante da investigação. Não há nenhum elemento informativo ou evidência que justifique a acusação. Renato Machado confia na Justiça e tem certeza de que, no decorrer do processo, tudo será esclarecido e a inocência será devidamente comprovada).”
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