MPRJ cobra prefeitura do Rio sobre indenização à família de Moïse
Ministério Público do Rio de Janeiro deu 30 dias para que a gestão do município responda quais medidas serão adotadas no caso Moïse
atualizado
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O Ministério Público do Rio de Janeiro abriu um inquérito civil nesta quarta-feira (23/2) para cobrar a prefeitura do Rio sobre a indenização da família de Moïse Kabagambe, congolês espancado até a morte no mês passado. O órgão deu 30 dias para que a gestão do município responda quais medidas serão adotadas no caso.
O documento pediu que a Orla Rio, pasta municipal responsável pela segurança e ordenamento público das orlas cariocas, forneça todas as informações sobre o memorial que será construído na praia da Barra da Tijuca em homenagem ao congolês. O MP também pediu o detalhamento do calendário das obras.
O MPRJ solicitou ainda que a prefeitura explique minuciosamente quais sanções impôs aos proprietários do quiosque Tropicália, onde Moïse trabalhava e onde ocorreu o crime. Os investigadores pediram que a gestão esclareça se a família do congolês receberá a posse de um dos quiosques da orla.
No início de fevereiro, a prefeitura ofereceu à família de Moïse o quiosque Tropicália, que teve sua licença cassada após o crime. Inicialmente, os familiares aceitaram. Mas alguns dias depois, o advogado responsável pelo caso e presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Rodrigo Mondego, informou que os familiares haviam desistido de assumir o quiosque por medo.
Moïse foi brutalmente assassinado na praia da Barra da Tijuca há exatamente um mês. O imigrante congolês, segundo a família, foi ao quiosque Tropicália, onde trabalhava como garçom, cobrar pagamentos atrasados. Lá, foi amarrado e espancado a pauladas até a morte por funcionários do local e do quiosque ao lado. Até agora, três pessoas foram indiciadas pelo crime.