MPF investigará PM de Goiás por monitorar movimentos sociais do campo
Polícia Militar de Goiás pediu identificação de lideranças de movimentos sociais
atualizado
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O Ministério Público Federal (MPF) irá investigar a Polícia Militar de Goiás (PM-GO) por monitorar os movimentos sociais do campo. O órgão determinou uma série de medidas para apurar informações sobre a questão no mesmo dia em que a coluna denunciou o pedido feito pelo Comando Geral da PM-GO. O governador Ronaldo Caiado segue em silêncio sobre o episódio.
A apuração do MPF partiu de uma solicitação da Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra “relatando a abordagem de suposto policial militar, solicitando informações sobre assentamentos e acampamentos da reforma agrária no estado de Goiás, bem como informações sobre lideranças e movimentos sociais e sindicais que os representam”.
A ordem do comando da PM-GO exigia que fossem mapeados “por meio de coordenadas geográficas os assentamentos/acampamentos”, a identificação e a qualificação das “lideranças locais desses movimentos, bem como levantar o quantitativo de pessoas em cada assentamento/acampamento (quantidade de crianças, mulheres e faixa etária dos integrantes desses movimentos)”.
De acordo com a denúncia, a Pastoral da Terra foi abordada “por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp, por email não institucional e também presencialmente, na sede da entidade”. O suposto policial militar não forneceu uma identificação funcional.
Por causa disso, a primeira determinação do MPF é para estabelecer se “a pessoa auto-identificada como CB Muniz pertence aos quadros da Polícia Militar do Estado de Goiás e a sua lotação atual”. Caso a resposta seja positiva, o MPF pede “esclarecimentos acerca das circunstâncias da abordagem” e se ela foi feita obedecendo a ordens superiores, e qual a finalidade do levantamento de informações.