MPF alertou em 2017 para altos riscos de desastres no litoral de SP
Deslizamentos e alagamentos no litoral norte de SP mataram 48; região de onde ministra foi resgatada foi citada pelo MPF em 2017
atualizado
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Um parecer técnico do Ministério Público Federal (MPF) em 2017 já alertava para os altos riscos de desastres naturais no litoral norte de São Paulo, que nos últimos dias mataram 48 pessoas. Pelo menos 2,5 mil pessoas seguem desabrigadas e há 36 desaparecidos, principalmente na cidade de São Sebastião (SP).
O documento faz parte de um inquérito aberto em 2017 pelo MPF para apurar se o zoneamento das cidades do litoral norte de São Paulo permitia ocupações em áreas de risco e outras irregularidades. A investigação citou o risco de deslizamentos, inundações e alagamentos, o que aconteceu na última semana.
“Diversas áreas onde há conformação de zonas que permitem o aumento percentual de ocupação humana apresentam suscetibilidade à ocorrência de desastres naturais”, afirmou o parecer. Os técnicos do MPF também criticaram o aumento da ocupação de “áreas que apresentem suscetibilidade alta à inundação”.
Camburi, uma das praias em São Sebastião (SP) mais atingidas pelo temporal nos últimos dias, foi classificada pelo MPF como “área com alto e médio risco à inundação”. Foi onde ficou ilhada a ministra da Gestão, Esther Dweck, na última segunda-feira (20/2). Dweck teve de ser resgatada com a família por um helicóptero das Forças Armadas.