MPF abre apuração contra CFM por questionar vacina infantil da Covid
Conselho Federal de Medicina (CFM) questiona médicos em pesquisa se pais de crianças têm direito de não vaciná-las contra a Covid
atualizado
Compartilhar notícia
O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo abriu apuração contra o Conselho Federal de Medicina (CFM), que lançou uma pesquisa enviesada contra a vacina infantil de Covid junto aos médicos brasileiros. A entidade questionou se os pais de uma criança de até 5 anos de idade têm o direito de não vaciná-la contra a doença, como mostrou a coluna.
A investigação é preliminar. Nesse estágio, os procuradores podem cobrar informações dos investigados e solicitar dados a órgãos públicos que ajudem a esclarecer a situação. Se avançar, o caso é transformado em um inquérito.
No início deste mês, o CFM questionou:
– “Os pais e responsáveis têm o direito de não optar pela imunização de suas crianças?”
– “A aplicação de vacinas contra covid-19 em crianças com idades entre 6 meses e 4 anos e 11 meses deve ser obrigatória?”.
Essa faixa etária tem a vacinação recomendada pelo governo federal. A imunização de crianças de 6 meses a 5 anos de idade deve ser feita em três doses.
O MPF concordou com pedido feito pela deputada Luciene Cavalcante, do PSol de São Paulo. “Querem contrapor opiniões pessoais da classe médica a estudos científicos que comprovam a necessidade da obrigatoriedade de vacinação contra Covid de crianças entre 6 meses e 5 anos”, escreveu a parlamentar, emendando: “A pesquisa tem caráter político e pessoal”.
A deputada destacou que o CFM foi negacionista durante a pandemia e que o presidente da entidade era “árduo defensor” dos ataques de Jair Bolsonaro à vacinação contra a doença que já matou mais de 700 mil brasileiros desde 2020.