MP mostra preocupação com eleições em caso de bomba em evento de Lula
Em denúncia, MP do Rio de Janeiro pediu “resposta dura” a atos contra candidatos e militantes
atualizado
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O Ministério Público do Rio de Janeiro mostrou preocupação com as eleições na denúncia que apresentou contra André Stefanio Dimitriu Alves de Britto, homem detido por lançar uma bomba caseira contra o ato político de Lula no Rio de Janeiro na última quinta-feira (7/7). O primeiro turno das eleições acontecerá daqui a 81 dias.
O órgão denunciou Stefanio na terça-feira (12/7) pelo crime de explosão, cuja pena chega a seis anos de prisão. No documento, os procuradores reforçaram a preocupação já expressada pela Polícia Civil e pela Justiça do Rio de Janeiro nos últimos dias, como mostrou a coluna.
“Ainda que o denunciado não tenha manifestado preferência por qualquer possível candidato ao pleito, é importante que haja uma resposta dura a quaisquer atos que atentem contra a vida e a integridade física dos apoiadores de qualquer um dos possíveis candidatos com o fim de coibir novos atos desta natureza, bem como o recrudescimento da violência física, à medida que o pleito se aproxima”, afirmou o MP ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que tornará Stefanio réu se aceitar a denúncia.
O Ministério Público pediu que a prisão de Stefanio seja mantida e informou que mais pessoas poderão ser denunciadas, caso as investigações apontem mais envolvidos no crime. Por enquanto, as autoridades não identificaram um mandante ou ajudantes na explosão contra o evento pró-Lula. Na sexta-feira (8/7), a Polícia Civil solicitou a quebra dos sigilos telemáticos de Stefanio para esclarecer esse ponto.
“Necessário se faz o esclarecimento se tal ação se consubstancia em um ato isolado dele, ou se foi orquestrada e teve apoio de outras pessoas, o que poderá representar um grande risco em face do período eleitoral que se aproxima, com a polaridade política que atualmente vivenciamos”, apontou a polícia.
No último sábado (9/7), a juíza Ariadne Villela Lopes decidiu converter a prisão em flagrante de André Stefanio em prisão preventiva, sem prazo para terminar. Lopes também citou preocupação com as eleições e o risco à integridade física da multidão presente no ato político.
A defesa de André Stefanio, conduzida pelos advogados José Maria Valle e Diego Jaques de Oliveira Silva Valle, pediu, na segunda-feira (11/7), a liberdade provisória do acusado. O pedido ainda não foi julgado.