“MP deveria pedir a prisão do Cláudio Castro”, diz Witzel
Ex-governador do Rio, Wilson Witzel tenta voltar ao cargo após impeachment e coloca Cláudio Castro como principal alvo na campanha
atualizado
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Ex-governador do Rio, Wilson Witzel tenta voltar ao cargo após ter sido afastado por impeachment em 2021. Na campanha deste ano, colocou como principal alvo o atual governador Cláudio Castro, que foi vice em sua chapa em 2018.
A pesquisa Ipec divulgada nesta terça-feira aponta que a sua rejeição é a maior entre todos os candidatos ao governo. Isso contraria a sua tese de que o eleitor reconhece que houve uma injustiça no seu impeachment?
Não acredito nessa pesquisa. O Ipec, antigo Ibope, não tem qualquer credibilidade. Em 2018, erraram por 30% na minha eleição. Me parece que o critério de aferição deles não tem a menor credibilidade. Não vejo essa rejeição nas ruas. Pelo contrário: vejo que a população percebeu a injustiça e tenho hoje grande colégio eleitoral, arrisco dizer que de 2 milhões de votos.
A sua candidatura tira eleitorado de Cláudio Castro, atual governador e seu ex-vice?
A candidatura dele não tem credibilidade. Todas as políticas públicas que estão dando certo foram desenvolvidas no meu governo. O Regime de Recuperação Fiscal é meu, o arrocho no desvio de dinheiro que permitiu reajuste aos servidores é meu, a redução da criminalidade pelo fortalecimento das polícias civil e militar, a desestatização da Cedae, a patrulha da Lei Maria da Penha. Ele quer assumir a paternidade de algo que não fez. Quem é esse cara? Um mentiroso. Com a minha candidatura, Cláudio Castro estará fora do segundo turno. Muita gente no interior do Rio nem sabe quem ele é. Pela análise que faço hoje, o segundo turno será entre Freixo, que é o candidato da esquerda, e eu.
O senhor apontaria condutas incorretas na administração pública, por parte de Castro, no período em que conviveu com ele no governo?
Eu não posso comentar processos criminais, mas evidentemente ele é mau-caráter. Ele não tem caráter, não tem dignidade e não honra a palavra. É capaz de tudo. Inclusive de permitir a farra dos saques na boca do caixa. Até agora não sei por que o MP não pediu a prisão dele (no âmbito do escândalo do Ceperj). Está evidente a violação à ordem pública. O governo colocou em sigilo os fatos envolvendo os saques e os funcionários fantasmas. Tais medidas violentam a ordem pública e a investigação criminal. Há elementos para requerer a prisão e o afastamento do governo. No meu caso, fui afastado em 90 dias por investigação que não comprovou qualquer desvio. Me sinto perseguido.
Por que o senhor chama Castro de mau-caráter?
Em todos os momentos ele dizia: “Irmão, se você for afastado, eu renuncio e deixo o cargo. Você me trouxe aqui e, se sair, eu saio junto com você”. E a primeira coisa que ele fez depois que saí foi tentar apagar tudo o que fiz.
Bolsonaro ou Lula?
Pelo alinhamento político, Bolsonaro, pois me sinto mais confortável de seguir com a linha atual do presidente Bolsonaro.
Como avalia o atual momento de Sergio Moro, ex-juiz que deixou a magistratura, como o senhor, e tem passado por turbulências políticas?
Acredito que o Moro busca demonstrar as convicções dele. Nós somos efetivamente a nova política. Nossas carreiras no Judiciário demonstraram nosso caráter e nossa convicção. Acho que ele tem total condição de ser candidato a presidente no futuro e temos condição de oferecer ao Brasil novas opções. Eu e ele somos aquilo que sobrou da nova política, daquele movimento de 2018.