Moro manteve “Mestrão” mesmo sabendo de suspeita de rachadinha
Assessor que trocou mensagens orientando Moro sobre sabatina de Flávio Dino foi citado em investigações no Paraná
atualizado
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Suspeito de participar de um suposto esquema de rachadinhas do deputado estadual paranaense Ricardo Arruda, do PL, o assessor Rafael Travassos Magalhães, o “Mestrão’, cuja identidade foi revelada pela coluna nesta quinta-feira (14/12), foi mantido no gabinete do senador Sergio Moro apesar das investigações.
Mestrão foi contratado em agosto pelo gabinete de Moro, com um salário bruto de R$ 7.152,04. Em outubro, ele foi citado em relatório do Coaf que apontou uma série de saques em espécie, com valores repetidos e indícios de fracionamento, sempre em datas próximas ao fim de cada mês, no período em que trabalhava na Corregedoria da Assembleia Legislativa do Paraná, chefiada por Arruda.
De lá para cá, apesar das suspeitas, Mestrão seguiu normalmente lotado no gabinete de apoio de Sergio Moro, sediado em Curitiba. Ele ocupa o cargo de “auxiliar parlamentar intermediário”.
Antes de ingressar no gabinete do ex-juiz da Lava Jato, em agosto, o assessor trabalhou em fevereiro e junho de 2023 para o deputado estadual do Paraná Tito Barichello, do mesmo partido do senador, o União Brasil.
Mestrão, como se vê, não só segue empregado por Sergio Moro como é ouvido por ele. Nesta quarta-feira, o assessor enviou mensagem a Moro após uma imagem do senador abraçando Dino durante a sabatina circular nas redes sociais. Escreveu Mestrão a Moro:
“Sergio, o coro está comendo aqui nas redes, mas fica frio que jaja passa, só não pode ter vídeo de você falando que votou a favor, se não isso vai ficar a vida inteira rodando. Estou de plantão aqui, qualquer coisa só acionar.” (sic)
Em seguida, Moro responde: “Blz. Vou manter meu voto secreto”.