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Ministros do STF não viam Bolsonaro como ameaça democrática, diz livro

Livro conta como ministros do STF se equivocaram ao acreditar na força das instituições para conter os ímpetos antidemocráticos de Bolsonaro

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Bolsonaro e  Presidente do STF Dias Toffoli
1 de 1 Bolsonaro e Presidente do STF Dias Toffoli - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) tinham confiança inabalável nas instituições quando Bolsonaro foi alçado ao poder em 2018, mas perceberam com o tempo que haviam subestimado a ameaça que o então presidente representava para a democracia brasileira

A história de como os ministros atuaram para frear os ímpetos antidemocráticos de Bolsonaro é contada no livro “O tribunal: como o Supremo se uniu ante a ameaça autoritária”, dos jornalistas Felipe Recondo e Luiz Weber, que está em pré-venda pela Companhia das Letras e será lançado no mês que vem.

Os jornalistas narram que a verborragia de Bolsonaro não despertou preocupações imediatas no STF. A primeira impressão de Rosa Weber, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sobre Bolsonaro foi de um sujeito afável, simpático, genuíno e até afetuoso.

Luís Roberto Barroso, hoje presidente do STF, dizia que Bolsonaro não representaria um risco às instituições porque os militares atuariam para conter qualquer investiga golpista. Edson Fachin, por outro lado, pedia para os colegas terem cautela e costumava alertar sobre a necessidade de manter uma relação institucional saudável com Bolsonaro.

No primeiro ano do mandato de Bolsonaro, em 2019, a presidência do STF era exercida por Dias Toffoli, um dos poucos que manifestava preocupação com a indiferença do chefe do Executivo para com a democracia. Toffoli confidenciava que nunca achou a ameaça de fechar o STF, feita pelo deputado Eduardo Bolsonaro, como algo da “boca para fora”.

O ministro seguiu à risca o conselho que lhe foi passado por Fernando Henrique Cardoso, de manter proximidade e diálogos frequentes com Bolsonaro. Toffoli abriu as portas de sua casa para Bolsonaro comer uma pizza e assistir a um jogo do Palmeiras, por exemplo. Segundo o livro, era a forma como ele, FHC e José Sarney acreditavam que poderiam “conter os danos” durante o mandato de Bolsonaro.

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metropoles.comGuilherme Amado

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