O ministro da Casa Civil, Rui Costa, tem sinalizado que pretende incluir cidades baianas no acordo de reparação pelo desastre ambiental em Mariana (MG). No governo Lula, as negociações vêm se intensificando em busca de um valor mais alto para a tragédia que completou sete anos.

Segundo pessoas com acesso ao caso, uma das cidades que Costa gostaria de incluir no acordo é Abrolhos, que fica no sul da Bahia. Em 2019, estudos mostraram que a lama tóxica da barragem de Mariana havia atingido os corais do Parque Nacional de Abrolhos.

Se confirmada essa entrada nas negociações, o processo tende a atrasar, uma vez que o governo da Bahia, a prefeitura de Abrolhos e o Ministério Público estadual ainda precisam tomar pé do caso.

No fim do governo Bolsonaro, o acordo era estimado em R$ 112 bilhões. Desse total, a União receberia apenas R$ 6 bilhões.

A cifra é bem inferior ao processo que corre na Justiça britânica contra a BHP, gigante da mineração que é uma das sócias com a Vale da dona da barragem do desastre, a Samarco. As indenizações dessa ação chegam a R$ 230 bilhões. O caso envolve 700 mil vítimas, representadas pelo escritório de advocacia Pogust Goodhead.

Outra diferença relevante para a responsabilização na Justiça britânica é a velocidade do processo. No Reino Unido, o julgamento está marcado para abril de 2024, enquanto por aqui o caso segue sem previsão de desfecho.

Até o momento, as negociações têm sido conduzidas pelo Conselho Nacional de Justiça. As próximas reuniões acontecerão nos próximos dias 18 e 19. Integrantes dessas reuniões esperam que o governo Lula tome a dianteira do caso e discuta o assunto com diversos ministros nos próximos dias.