1 de 1 Mosquito dengue - Metrópoles
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O Ministério da Saúde recuou e afirmou que não há evidências para o uso de autotestes da dengue. O posicionamento foi enviado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na quarta-feira (24/4).
“Não há, no momento, nem no Brasil nem em outros países, evidências que apoiem a definição das situações apropriadas para a realização de autotestagem para dengue”, escreveu a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do ministério, Ethel Maciel. O documento afirmou que esta é a nova posição da pasta em relação ao tema.
A medida representa um recuo do órgão. No mês passado, o ministério divulgou uma nota técnica que recomendava o uso de testes rápidos para dengue feitos pelo próprio paciente. Na ocasião, o ministério recomendou o uso de testes com sensibilidade a partir de 95%, e especificidade a partir de 90%.
Procurado, o Ministério da Saúde não respondeu. O espaço está aberto a eventuais manifestações.
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte
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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue
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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão
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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada
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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas
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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas
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O Brasil atravessa uma crise grave no combate à dengue. No início do mês, o país bateu o recorde histórico de mortes pela doença na série histórica iniciada em 2000. Até a tarde desta quinta-feira (25/4), o Ministério da Saúde registrava 1.792 mortes por dengue neste ano. São 3,8 milhões de casos prováveis, ante 1,6 milhão registrados em todo o ano passado.
(Atualização às 15h22 de 3 de maio de 2024: Em nota, o Ministério da Saúde afirmou “recomenda a utilização dos testes rápidos para que haja maior celeridade nos resultados dos exames, mas ressalta que este tipo de diagnóstico não permite identificar o sorotipo viral, informação importante para a vigilância e para o conhecimento sobre a dinâmica da circulação dos vírus e sobre características clínicas decorrentes da infecção pelos diferentes sorotipos”. “O uso de testes rápidos para diagnóstico de dengue (NS1) pode ser útil no contexto da assistência, contribuindo para a definição de conduta clínica oportuna mais adequada individualmente. Já a utilidade para vigilância em saúde é mais limitada, por não permitir identificação do sorotipo viral e pelas menores especificidades, sensibilidade e acurácia em relação às técnicas de biologia molecular”, completou a pasta.)