Ministério ignora Bolsonaro e defende vacinação de adolescentes ao STF
Após críticas, ministério voltou a recomendar imunização; vacinação de adolescentes acontece amplamente na Europa e nos EUA
atualizado
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O Ministério da Saúde ignorou as críticas de Jair Bolsonaro e incluiu a vacinação de adolescentes contra a Covid no plano nacional de imunização. Em sua 11ª edição desde dezembro de 2020, o documento foi enviado nesta quinta-feira (14/10) ao STF pela Advocacia-Geral da União, no âmbito de uma ação movida pela Oposição.
“No grupo de adolescentes de 12 a 18 anos, existem determinadas condições de saúde que os colocam em risco aumentado de complicações e óbitos pela Covid-19“, escreveu a pasta na nova versão do documento.
Apenas três dias antes, disse Bolsonaro no Guarujá (SP): “Por que muitos governadores e prefeitos vacinaram jovens entre 12 a 17 anos? Baseados em quê? Recomendação da Anvisa? Da Saúde? De quem?”.
O próprio Ministério da Saúde e a Anvisa autorizaram a vacinação de pessoas de 12 a 17 anos no Brasil. O aval da agência aconteceu em junho para a vacina da Pfizer. A vacinação de adolescentes contra a Covid acontece amplamente nas principais economias do mundo. No Canadá e nos Estados Unidos, a imunização dessa faixa etária foi autorizada ainda em maio.
No mês passado, o ministério passou a recomendar que os adolescentes não fossem imunizados. Fortemente criticado, o órgão recuou apenas seis dias depois e voltou a liberar a vacinação em 22 de setembro. No dia seguinte, Jair Bolsonaro deixou claro em sua live que fora contrariado: “Por que esse interesse em vacinar a garotada?”.