Ministério dos Direitos Humanos não atua no caso Moïse há dois meses
O advogado do caso disse que o Ministério dos Direitos Humanos nunca garantiu nada de concreto à família e não deu a proteção requisitada
atualizado
Compartilhar notícia
O Ministério dos Direitos Humanos (MDH) não toma nenhuma providência há dois meses sobre o caso Moïse Kabagambe, congolês espancado até a morte no Rio de Janeiro no fim de janeiro. A última ação da pasta foi uma reunião em 10 de fevereiro, duas semanas após o assassinato de Moïse. A informação foi repassada nesta semana pelo ministério à Câmara, em resposta a um pedido de informações do deputado Birá do Pindaré, do PSB do Maranhão.
Nessa reunião, integrantes do ministério encontraram representantes da OAB fluminense, da Embaixada do Congo e familiares de Moïse. Segundo o órgão federal, os familiares relataram ter recebido ameaças e pediram proteção. Os servidores do ministério, segundo a própria pasta, responderam que levariam o pedido adiante. Foi a última iniciativa do MDH sobre o assunto.
Comandado por Damares Alves até a semana passada, o ministério relatou ainda que antes desse encontro enviou documentos à delegacia da Polícia Civil e à Embaixada do Congo sobre o assunto.
O advogado do caso e presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB do Rio de Janeiro, Rodrigo Mondego, disse à coluna que o ministério nunca garantiu nada concreto à família de Moïse e, desde a reunião de fevereiro, não entrou em contato com ele ou com os familiares do congolês.