metropoles.com

Ministério da Saúde já havia recomendado suspender compra da Covaxin

CGU investiga responsabilização de agentes públicos e entes privados

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Ministério da Saúde com operários limpando letreiro
1 de 1 Ministério da Saúde com operários limpando letreiro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Antes da Controladoria-Geral da União (CGU), o Ministério da Saúde já havia recomendado a suspensão do contrato da vacina Covaxin. A informação foi citada pela CGU ao decretar a suspensão da compra nesta segunda-feira (28/06). Nesta terça-feira (29/06), o Ministério da Saúde anunciou a decisão, sustentando que agiu por “compliance”, o que não foi mencionado pela CGU.

Em documento assinado na noite desta segunda-feira (28/06), a CGU afirmou que uma manifestação “recente” da área técnica da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) apontou a inadimplência da Bharat Biotech e da Precisa no contrato. A recomendação da secretaria foi “a suspensão ou mesmo a rescisão” do processo de compra de imunizantes.

Esse foi um dos cinco pontos elencados pela CGU para embasar a decisão de suspender as negociações. Os outros quatro itens que demandaram mais investigações foram: tentativa da Bharat Biotech de realizar pagamento antecipado, sem previsão no contrato; possível pagamento por meio da Precisa, empresa não signatária do contrato; descumprimento de prazos contratuais; e  justificativa de preço.

A apuração preliminar da CGU, ainda em curso, é conduzida simultaneamente em duas diretorias, com vistas a apurar a responsabilização de agentes públicos e entes privados.

“Tem-se processo de contratação de valor vultuoso sob o qual pairam suspeitas de possível ocorrência de irregularidades. Acaso a contratação tenha prosseguimento, com o consequente desembolso dos cofres públicos dos valores avençados, pode-se correr o risco de evidenciar-se posteriormente que o processo está eivado de vícios”, seguiu a CGU.

Ainda na noite de segunda-feira (28/06), o corregedor-geral da União, Gilberto Waller Junior, endossou o documento e elaborou uma comunicação ao Ministério da Saúde. Esse comunicado foi enviado por e-mail na manhã desta terça-feira (29/06) a Rodrigo Cruz, secretário-executivo da pasta.

“Comprovada a existência de irregularidade no processo de contratação em tela, se estaria diante de prejuízo de alta magnitude, tanto no aspecto financeiro para o erário, quanto do incremento do processo de imunização da população brasileira”, acrescentou o documento.

CGU não cita “compliance”

No documento enviado ao Ministério da Saúde, a CGU não menciona compliance para justificar a decisão de suspender o contrato da Covaxin. Por outro lado, Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, afirmou nesta terça-feira (29/06) no Twitter que “pela análise preliminar da CGU, não há irregularidades no contrato, mas, por compliance, o Ministério da Saúde optou por suspender o contrato”. Em outro texto, a nota oficial da pasta usa a mesma tese de que a escolha da pasta foi motivada por “compliance”. Queiroga tampouco citou o alerta da área técnica feito recentemente pela Secretaria de Vigilância em Saúde, como destacou a CGU.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comGuilherme Amado

Você quer ficar por dentro da coluna Guilherme Amado e receber notificações em tempo real?