Ministério da Saúde cobrou atuação “urgente” do Itamaraty para conseguir cloroquina
Governo Bolsonaro empenhou-se mais por medicamentos ineficazes do que por vacinas contra a Covid
atualizado
Compartilhar notícia
O Ministério da Saúde cobrou que o Itamaraty atuasse urgentemente na importação de 13 toneladas de cloroquina, ineficaz contra a Covid, em maio de 2020. O documento é mais um a apontar que o governo Bolsonaro empenhou-se mais por medicamentos ineficazes do que pela compra de vacinas.
A demanda “urgente” foi feita por Fernanda Matsumoto, chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério da Saúde, em 26 de maio do ano passado. Citando a Covid, a assessora defendeu que o governo brasileiro agisse para que a Índia exportasse 13 toneladas de cloroquina ao país. Três toneladas iriam para o ministério, e as outras 10 toneladas seriam divididas igualmente entre os laboratórios Apsen e EMS. O documento foi obtido pela Fiquem Sabendo, agência de dados fundada por jornalistas e especializada na Lei de Acesso à Informação.
“Muito apreciaria receber os possíveis encaminhamentos e desdobramentos desta pauta em questão com a maior brevidade possível”, escreveu Matsumoto às 18h38.
Dezenove minutos antes, o então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, havia pedido ao então ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto, que o Planalto também atuasse junto ao governo indiano com o mesmo objetivo: favorecer importações da cloroquina. No mês anterior, Jair Bolsonaro havia feito a solicitação por telefone ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.