Militares que participaram de crimes devem ser investigados, diz Dino
Ministro Flávio Dino diz que “imensa maioria” das Forças Armadas se manteve fiel à legalidade
atualizado
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, defendeu em entrevista à coluna que os integrantes das Forças Armadas que cometeram crimes relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro devem ser investigados pela Justiça militar.
“Eu considero muito grave que membros da sociedade civil, de corporações armadas de um modo geral e especialmente, claro, de corporações militares, tenham essa ideia de rasgar a Constituição, atropelar a democracia e cometer crimes. É claro que é preocupante”, disse o ministro.
Segundo ele, a maioria das Forças Armadas se manteve fiel à legalidade, mas quem eventualmente tenha conspirado contra a democracia deverá ser investigado pela Justiça militar, que tem competência constitucional para apurar crimes cometidos por membros do Exército, Marinha e Aeronáutica.
“Eu sempre realço que não foram as Forças Armadas como instituição. Porque se as Forças Armadas quisessem naquele momento ter dado um golpe de Estado, teriam dado. Se quisessem ter dado em dezembro, teriam dado. Havia até um documento dizendo como seria o golpe. E elas não se engajaram, não bancaram esses delírios dessa confraria golpista”, afirmou.
“Posteriormente, realmente, a imensa maioria se manteve fiel à legalidade e também no dia 8. Então isso ao mesmo tempo me anima. E evidentemente, como eu disse, é claro que integrantes das Forças Armadas, tanto da ativa quanto da reserva, que participaram de crimes, devem ser investigados. Ocorre que legalmente não é a Polícia Federal que faz isso.”
“Espero que a Justiça militar, o Ministério Público militar e esses inquéritos policiais militares deem conta dessa tarefa.”