Os colégios militares beneficiam desproporcionalmente os militares de alta patente. Um em cada cinco oficiais superiores das três Forças Armadas tem filho em uma das escolas do sistema de ensino do Exército. Essa relação cai para um em cada 20 capitães, tenentes, subtenentes ou sargentos, e um em cada 3,3 mil cabos ou soldados.

Os números mostram que quanto maior o salário, maior a chance de ter um dependente estudando num colégio militar. Nessas escolas, as mensalidades são bem menores do que em colégios particulares, já que são custeadas em grande parte pelo Orçamento Federal.

A maioria das cadeiras nos colégios militares é reservada para familiares de fardados. Os poucos civis que conseguem uma matrícula precisam passar por um concurso concorrido. Apenas 25% das vagas em todo o país são ocupadas por civis. Em Brasília, onde fica o maior colégio militar do Brasil, só 5% dos alunos são civis. Todos os outros são ligados à caserna.

No topo da carreira militar, 23% dos oficiais superiores ou generais têm filhos matriculados em colégios militares. No nível logo abaixo — capitães e tenentes —, o número é de 4,7%. O percentual é semelhante ao de subtenentes e sargentos, de 5,3%. A menor proporção é entre cabos e soldados, o ponto mais baixo da hierarquia das Forças Armadas, com 0,03%.

A grande maioria dos alunos são filhos de integrantes do Exército. A Força é a responsável por manter os colégios militares. Quando se leva em conta apenas o Exército, a disparidade é ainda maior. Neste caso, 37% dos oficiais superiores ou generais têm seus filhos estudando em colégios militares, mas só 10% dos tenentes e subtenentes contam com esse benefício.

Os dados das patentes dos pais dos alunos de colégios militares foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Já o efetivo das Forças Armadas consta da folha de pagamento, disponível no Portal da Transparência.

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