MG tem histórico de ir contra recomendação do governador a presidente
Nas últimas quatro eleições presidenciais, máquina pública de Minas Gerais não conseguiu dar a vitória ao presidenciável no estado
atualizado
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O apoio do governador reeleito Romeu Zema tem sido tratado como a panaceia dos problemas de Jair Bolsonaro em Minas Gerais, mas o histórico do estado nas últimas eleições não favorece o presidente. As campanhas anteriores mostram que a máquina pública mineira não conseguiu dar a vitória ao presidenciável no estado.
Nas últimas quatro disputas — em 2018, 2014, 2010 e 2006 —, o governador de Minas Gerais apoiou um presidenciável que foi derrotado no estado. Foi assim com Aécio Neves e Geraldo Alckmin, em 2006 e 2010; com Antonio Anastasia e Aécio Neves em 2014; e com Fernando Pimentel e Fernando Haddad em 2018.
Em 2014, na apertada campanha entre Aécio Neves e Dilma Roussef, o governador Alberto Pinto, vice e aliado do tucano Antonio Anastasia, deu apoio total a Aécio, que perdeu em Minas Gerais, seu estado, para a petista nos dois turnos.
Não foi uma eleição qualquer para Aécio: Anastasia havia sido seu vice no mandato anterior do governo mineiro. Anastasia se dedicou tanto à eleição de Aécio que abriu mão do governo ainda na pré-campanha, em março de 2014, para elaborar o plano de governo do presidenciável. Em seu lugar no estado, deixou o vice, o aliado Alberto Pinto, do PP.
Agora, em 2022, Zema, do Novo, anunciou apoio a Jair Bolsonaro no segundo turno. No primeiro turno, no domingo (2/10), Lula levou a melhor em Minas Gerais, com 563 mil votos de vantagem.
Segundo maior colégio eleitoral do país, o estado de Minas Gerais é estratégico: tradicionalmente, quem vence entre os mineiros também ganha a disputa presidencial.