metropoles.com

México deve ser o próximo país a ver o STF anular provas da Odebrecht

Ex-diretor-geral da Pemex, petroleira estatal mexicana, pediu a Toffoli anulação de cooperação e depoimentos da Odebrecht com o México

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Getty Images
Emilio Lozoya
1 de 1 Emilio Lozoya - Foto: Getty Images

Depois de Peru, Equador, Panamá e Estados Unidos, o México deve ser o próximo país a entrar na rota da anulação de provas do acordo de leniência da Odebrecht pelo Supremo Tribunal Federal.

Ex-diretor-geral da Petróleos Mexicanos (Pemex), petroleira estatal mexicana, Emilio Lozoya (foto acima) pediu ao ministro Dias Toffoli que seja declarada a imprestabilidade das provas produzidas em uma cooperação jurídica internacional entre a Procuradoria-Geral da República e a Justiça mexicana.

Emilio Lozoya responde a um processo em seu país sob acusação dos crimes de associação criminosa, corrupção e operações com recursos de procedência ilícita, sob suspeita de receber US$ 6 milhões da Odebrecht em troca de beneficiar a empreiteira em contratos com a Pemex.

Além do ex-diretor da empresa, familiares dele também são acusados pela Procuradoria-Geral do México. O próprio Lozoya colaborou com os investigadores e citou o ex-presidente mexicano Enrique Peña Nieto como beneficiário de propinas da Odebrecht.

A equipe de advogados que defende Lozoya, liderada pelo criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, argumentou a Toffoli que o ex-dirigente da Pemex é acusado com base em depoimentos de delatores da Odebrecht, como Marcelo Odebrecht e Hilberto Mascarenhas e Luís Alberto Weyll, enviados ao México por cooperação internacional.

Os advogados querem a anulação de todos os depoimentos. A argumentação é que os relatos dos executivos da Odebrecht tratam de fatos relacionados aos sistemas Drousys e MyWebDayB, usados pela empreiteira para gerenciar e registrar pagamentos ilícitos a políticos e autoridades no Brasil e diversos países. Os sistemas, apresentados pela Odebrecht em seu acordo de leniência, e todas as provas relacionadas a eles foram invalidados pelo STF.

O pedido de Emilio Lozoya pela anulação da cooperação internacional e de todos os depoimentos que o incriminam foi apresentado em uma ação protocolada no STF pelo ex-presidente do Peru Ollanta Humala. O peruano, por sua vez, conseguiu a invalidação do material do acordo de leniência da Odebrecht a partir do processo apresentado ao STF por Lula, que em 2021 foi o primeiro a obter essa decisão da Corte.

A defesa de Emílio Lozoya pediu a Toffoli que, uma vez declarada a nulidade das provas contra ele, o Ministério da Justiça brasileiro informe a Justiça mexicana sobre a proibição do uso do material e de elementos derivados dele, a exemplo de depoimentos de testemunhas e qualquer outra cooperação internacional.

Como tem mostrado a coluna, diversos políticos, autoridades e empresários estrangeiros atingidos pela delação da Odebrecht e processados a partir dela têm obtido decisões do STF invalidando o uso dessas provas. Processos em Peru, Equador, Panamá e Estados Unidos já tiveram réus beneficiados por decisões de Dias Toffoli nesse sentido.

 

Já segue a coluna no Instagram? E no Twitter?

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comGuilherme Amado

Você quer ficar por dentro da coluna Guilherme Amado e receber notificações em tempo real?