Mendonça dá mais 2 meses para inquérito aberto desde 2017 contra Paes
Mendonça negou pedido de Paes e aliado para encerrar investigação, que completará sete anos de tramitação no STF
atualizado
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Investigado há quase sete anos no STF a partir das delações premiadas da Odebrecht, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, teve um pedido de arquivamento do inquérito negado nesta segunda-feira (11/3) pelo ministro André Mendonça.
Ao decidir entre a solicitação da defesa do prefeito e do deputado federal Pedro Paulo pelo fim da apuração e o pedido da Procuradoria-Geral da República por mais prazo para a conclusão da investigação, Mendonça atendeu à PGR.
Ele concedeu mais 60 dias para que a Polícia Federal termine o inquérito, destacando que é a “prorrogação derradeira” do caso. Nos dois meses concedidos pelo ministro, a PF deverá concluir as últimas diligências da investigação e apresentar relatório final.
O inquérito mira o suposto pagamento ilícito de R$ 300 mil à campanha de Pedro Paulo, um dos principais aliados de Paes, em 2014. O repasse, segundo o ex-diretor da Odebrecht e delator Benedicto Júnior, foi intermediado pelo prefeito carioca, a quem a empreiteira deu o codinome de “Nervosinho” em seus sistemas de gerenciamento de pagamentos ilegais.
Embora a investigação tramite desde março de 2017 no STF, Mendonça atendeu à PGR por considerar que “muito da demora no trâmite do presente inquérito se deu por características específicas”, como recursos da defesa, substituição de relator e tempo para manifestações da PGR.
Como mostrou a coluna há duas semanas, Paes reforçou seus argumentos ao STF pelo arquivamento da apuração para além do “excesso de prazo” do inquérito. A defesa dele citou a Mendonça que as provas dos “sistemas da propina” da Odebrecht, que fazem parte da investigação, foram anuladas pelo próprio Supremo.