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Marina não descarta Ferrogrão, mas fala em “dever de casa” ambiental

Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva falou em entrevista à coluna sobre a Ferrogrão, projeto de ferrovia para ligar MT e PA

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Marina Silva
1 de 1 Marina Silva - Foto: Leonardo Hladczuk/Metrópoles @hldczk

Na entrevista que concedeu à coluna, publicada nesta quarta-feira (31/7), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, avaliou a obra da Ferrogrão, ferrovia de 933 quilômetros ligando o Mato Grosso ao Pará, destinada a escoar a produção do Centro-Oeste e estudada no âmbito do PAC do governo Lula.

Marina disse que o licenciamento ambiental à obra será analisado tecnicamente, e não politicamente. A Ferrogrão é alvo de intenso lobby do agronegócio e de críticas de ambientalistas e povos indígenas. Além da viabilidade econômica, a ministra defendeu que sejam considerados aspectos sociais e ambientais a uma obra desse porte, “porque já estamos vivendo sobre os efeitos da mudança do clima”.

“No caso dos licenciamentos, não é um convencimento da ministra, é uma decisão técnica do órgão licenciador. Eu costumo dizer que não é uma decisão política. Quando diz que sim, é uma decisão técnica; quando diz que não, é uma decisão técnica. Obviamente que você olha para os empreendimentos e há uma busca de reduzir impacto, de atender determinadas demandas”, afirmou Marina, quando questionada sobre a possibilidade de a obra ser executada, se os estudos assim permitirem.

Ao comentar a obra da ferrovia, a ministra lembrou o caso da linha de transmissão de energia Tucuruí-Macapá-Manaus, o “linhão de Tucuruí”. Marina atribuiu a demora no licenciamento da obra, planejada para o abastecimento de energia da região Norte, a descumprimentos de condições estipuladas pelos órgãos ambientais. Ela afirmou que a obra foi licenciada quando se cumpriu o “dever de casa”.

“Por exemplo, o linhão de Tucuruí demorou mais de uma década para ser licenciado. O que acontecia é que os pedidos que eram feitos pelo órgão licenciador não eram atendidos adequadamente. A demanda dos povos indígenas, de que deveriam ser ouvidos e considerados, não eram atendidas. No momento em que teve uma empresa que resolveu fazer o dever de casa, resolveu-se um problema que era importante do ponto de vista do suprimento de energia em função da necessidade do linhão”, declarou.

Assista abaixo ao trecho da entrevista ou veja a íntegra clicando aqui:

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metropoles.comGuilherme Amado

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