Marielle: delegado apontado como autor questiona a Polícia Federal
O delegado Rivaldo Barbosa depôs à PF nesta segunda-feira (3/6); Rivaldo é acusado de ser o “mentor intelectual” do assassinato de Marielle
atualizado
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A defesa do delegado Rivaldo Barbosa, acusado de ser o mentor intelectual do assassinato de Marielle Franco, vai questionar a existência de um inquérito de 2019 que tem quebras de sigilo telemático de Chiquinho e Domingos Brazão, feito quando ele era chefe de Polícia — o que seria indicativo de que Rivaldo não tentou impedir a investigação contra os irmãos.
Preso desde março deste ano, o delegado perguntou aos policiais federais que o ouviram nessa segunda-feira (3/6) na Penitenciária Federal de Brasília qual seria o motivo de o relatório final da Polícia Federal não citar o conteúdo do inquérito anterior que tem as quebras de sigilo dos irmãos Brazão. Os dois foram presos com Rivaldo.
O relatório final da Polícia Federal que embasou a prisão dos três citou o inquérito, mas limitou-se a dizer que “a apuração sobre eventuais autores intelectuais e demais circunstâncias foi desmembrada para continuação nos autos do Inquérito Policial n.º 901-00266/2019, cuja conclusão permanece pendente até os dias atuais”.
Rivaldo apontou em seu depoimento que o delegado Giniton Lages, apontado pela PF como um obstrutor das investigações, teria pedido a quebra do sigilo telefônico dos irmãos Brazão logo no início daquela investigação. Essa quebra teria sido feita no inquérito 901-00266/2019, que teria o objetivo de apurar os mandantes do crime.
“No início das investigações Giniton trouxe o nome de Chiquinho Brazão e Domingos Brazão; que a partir disso o declarante e o general Richard tiveram conhecimento de que as investigações teriam essas duas pessoas de interesse; que apesar de não ter tido acesso aos autos, Giniton indicou que representava por diversas cautelares em detrimento de Chiquinho e Domingos Brazão”, disse a PF a respeito do depoimento de Rivaldo.
O delegado também voltou a repetir que nunca esteve com Domingos e Chiquinho até o momento de sua prisão, quando foram juntos no avião para a Penitenciária Federal de Brasília.