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Marielle: acusado de ser mentor cita falta de joias ao negar corrupção

Advogados do delegado Rivaldo Barbosa, apontado como um dos mentores da morte de Marielle, citaram resultados de buscas da PF

atualizado

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Fernando Frazão/Agência Brasil
Rivaldo Barbosa
1 de 1 Rivaldo Barbosa - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, denunciado pela Procuradoria-Geral da República como um dos mentores do assassinato da vereadora Marielle Franco, também é suspeito de corrupção e lavagem de dinheiro, por supostas propinas recebidas enquanto diretor da Divisão de Homicídios e chefe da Polícia Civil fluminense.

As investigações reuniram indícios de que empresas de Rivaldo e sua mulher, Érika Andrade de Almeida Araújo, teriam sido usadas para lavar o dinheiro sujo do delegado.

Ao denunciá-lo pelo caso Marielle, a PGR pediu o desmembramento da apuração sobre essas suspeitas, a serem conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro.

Em um pedido enviado a Alexandre de Moraes no último dia 27 de maio, solicitando a revogação de sua prisão ou substituição dela por medidas alternativas ou prisão domiciliar, os advogados de Rivaldo Barbosa usaram um argumento singelo para refutar as suspeitas de que o delegado se corrompeu e recebeu propina. Ele está preso desde março.

A defesa citou a Moraes que a Polícia Federal não apreendeu “sequer um real em espécie” na casa dele e só encontrou “roupas simples” nos armários da residência. Argumentou ainda que a PF se deparou com “inexistência de joias ou produtos caros” no local, “tudo a indicar que se trata de pertences de família de classe média, bem diferente da situação típica de quem se envolve em esquemas de corrupção ou outras atividades ilícitas”.

Também foi apresentado a Moraes o relatório de uma sindicância patrimonial da Polícia Civil do Rio, que analisou declarações de imposto de renda de Rivaldo entre 2012 e 2019. A sindicância citada pelos advogados do delegado concluiu pela “compatibilidade” entre a evolução patrimonial dele e os recursos que ele recebeu.

Segundo a denúncia da PGR, Rivaldo Barbosa atuou no planejamento da morte de Marielle Franco ao lado dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, respectivamente deputado federal e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). Depois do crime, conforme a acusação, Rivaldo agiu para acobertar os mandantes do assassinato.

Em sua delação premiada, o ex-PM e assassino confesso de Marielle, Ronnie Lessa, afirmou aos investigadores ter ouvido dos irmãos Brazão que Rivaldo Barbosa recebeu propina antes mesmo da execução da vereadora carioca e do motorista dela, Anderson Gomes.

“Então, eles tranquilizaram a gente o tempo todo. Falava o tempo todo que o Rivaldo tá vendo, que o Rivaldo já está redirecionando, virando o canhão para outro lado, que ele teria de qualquer forma que resolver isso, essa questão, porque já tinha recebido pra isso no ano anterior”, disse Lessa.

 

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