Mansão em ilha paradisíaca não é de Flávio Bolsonaro, diz advogado amigo do senador
Segundo Willer Tomaz, tentam criar uma “narrativa de que a casa é de Flávio”, que, segundo o amigo do senador, é falsa
atualizado
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O advogado Willer Tomaz, amigo de Flávio Bolsonaro que move uma batalha judicial para tomar a posse de uma mansão em Angra dos Reis, enviou nota à coluna reafirmando-se o legítimo detentor do direito de uso da casa na paradisíaca Ilha Comprida. Segundo Tomaz, seus adversários no processo tentam criar uma “narrativa de que a casa é de Flávio Bolsonaro“, que ele diz ser falso.
A coluna revelou, nesta quarta-feira (28/9), que Tomaz protagoniza uma disputa com a empresa do jogador de futebol Richarlison, da Seleção Brasileira, e seu empresário, Renato Velasco, e um outro sócio, pela posse do terreno que abriga a mansão. Tomaz iniciou uma série de investidas após o filho do presidente se encantar com o imóvel, que tem heliponto, praia privativa e uma cachoeira a poucos metros da casa principal, de 11 suítes.
Tomaz afirma na nota que Richarlison, Renato Velasco e o outro sócio, o deputado Alencar da Silveira Jr, presidente do América mineiro, são “invasores”. O advogado afirma que na Secretaria de Patrimônios da União (SPU) o lote da ilha sempre pertenceu à M Locadora, empresa cujos representantes legais lhe teriam transferido o direito de uso.
Segundo Tomaz, qualquer contrato particular firmado entre a M Locadora e pessoas para quem ela vendeu o direito de uso não teria validade. No processo, o advogado afirma ser ele o legítimo detentor por ter quitado pendências fiscais e administrativas da empresa, em troca de ter a posse.
A transferência da mansão, contudo, é alvo de contestação na Polícia Civil e na Justiça de Santos (SP). Uma das representantes da M Locadora, Maria Alice Menna, de 78 anos, pede a anulação do contrato de venda. Segundo Maria Alice registrou em delegacia, ela foi enganada pelo outro representante da empresa ao assinar documentos acreditando tratar-se da baixa da empresa, que pertencia a seu marido, já morto. A idosa afirma também que teve a assinatura que Willer Tomaz diz ser dela foi falsificada.
“Dois peritos já disseram, através de laudos, que a assinatura da Maria Alice é gritantemente falsa na alteração contratual da M Locadora registrada por Donato [outro representante da empresa, que segunda a idosa, a enganou]. Existem dois processos que pedem o cancelamento dessa escritura pela falsificação de documento”, afirmou à coluna o advogado Reginaldo Ferreira, que representa Maria Alice Menna.
Tomaz também acusa, sem provas, o advogado de Maria Alice de ter se envolvido no desaparecimento da senhora de 78 anos. A coluna conversou nesta terça-feira com a própria Maria Alice, que manteve o que disse à delegacia, de que foi enganada pelo outro representante para assinar a transferência da casa para a WT Administração, de Willer Tomaz.
Tomaz também afirmou em sua nota à coluna que o processo na SPU demorou “mais de dois meses”, sem detalhar o período exato a que se referia. Segundo mostram os autos, o processo da imissão de posse de fato levou meses, mas o certificado da Secretaria de Patrimônios da União saiu em 24 horas.
Também na nota, o amigo de Flávio Bolsonaro disse que uma mulher grávida não teria sido expulsa da casa no dia 13 de maio de 2022, quando houve uma reintegração de posse do imóvel, para ele. A afirmação é falsa. A esposa de Renato Velasco foi obrigada a deixar a casa naquele dia por uma judicial cumprida por policiais. Ela estava grávida de oito meses. Foi internada e teve que antecipar o parto em duas semanas.
“WT Administração é hoje a única e legítima titular de direitos sobre o bem, regularmente registrados e adquiridos da antiga titular, M Locadora, tendo igualmente obtido decisão judicial para entrar e ficar na posse do bem. (…) O advogado e a empresa reafirmam o total compromisso com a verdade e a justiça”, concluiu a nota.