Mais um delator da Odebrecht vai a Toffoli para se livrar da Lava Jato
Olívio Rodrigues Júnior, ex-funcionário do departamento de propinas da Odebrecht, pediu ao ministro mesmo benefício dado a Marcelo Odebrecht
atualizado
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O ministro Dias Toffoli, do STF, recebeu no fim da semana passada mais um pedido feito por delator da Odebrecht para anular os atos da Operação Lava Jato contra si.
Dessa vez é Olívio Rodrigues Júnior, ex-integrante do “setor de operações estruturadas” da empreiteira, quem tenta se livrar de processos abertos a partir da operação. No setor, conhecido como “departamento de propinas” da Odebrecht, Rodrigues era responsável por comprar offshores e operar pagamentos ilícitos no exterior.
As advogadas do ex-Odebrecht pediram a Toffoli a extensão da decisão do ministro que beneficiou o empresário Marcelo Odebrecht com a nulidade de todos os atos da Lava Jato contra ele. Assim, a defesa quer que sejam trancados oito processos a que Olívio Rodrigues Júnior responde em Brasília, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.
Usando como provas dezenas de mensagens trocadas por procuradores da Lava Jato, incluindo diálogos com o ex-juiz Sergio Moro, acessadas e vazadas por um hacker, as defensoras de Rodrigues alegaram que ele foi uma das vítimas do conluio entre Moro e o Ministério Público Federal. Elas também apontaram cooperações ilícitas, fora dos canais oficiais, entre a Lava Jato e o Ministério Público da Suíça.
Apesar da solicitação por “zerar” as pendências judiciais decorrentes da Lava Jato, o ex-funcionário da Odebrecht quer que sejam mantidos os benefícios de seu acordo de delação —Toffoli decidiu nesse sentido em relação a Marcelo.
Antes de Olívio Rodrigues, conforme mostrou a coluna, o ex-executivo do setor de propinas da Odebrecht Luiz Eduardo Rocha Soares também havia apresentado pedido similar a Dias Toffoli. Rodrigues e Soares são defendidos pelas mesmas advogadas, Paula Sion e Dora Cavalcanti.
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