“Lula não carrega mágoas”, diz Edinho Silva sobre Bolsonaro
Coordenador da comunicação na campanha de Lula, o prefeito Edinho Silva afirmou que o governo Lula não debaterá anistia a Bolsonaro
atualizado
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Um dos principais coordenadores da campanha de Lula, o prefeito Edinho Silva disse à coluna que o governo petista não perseguirá o presidente Jair Bolsonaro nem os filhos do atual mandatário. Edinho afirmou, no entanto, que não cabe ao Executivo debater se Bolsonaro será anistiado por eventuais crimes.
O prefeito de Araraquara coordenou a comunicação da campanha de Lula. Ele defende que Bolsonaro deveria repetir o gesto de FHC após a eleição de 2002 e convidar Lula para um encontro em Brasília. Segundo Edinho, a sinalização seria importante para trazer paz e estabilidade institucional ao país.
Leia abaixo os principais pontos da conversa.
Aliados de Jair Bolsonaro têm dito que o presidente se preocupa com uma eventual perseguição do PT e de Lula a ele e aos filhos. Isso ocorrerá?
De forma alguma. O presidente Lula não ganhou a eleição para perseguir ninguém. Ele ganhou a eleição para melhorar a vida do povo brasileiro, para fazer com que o Brasil cresça com sustentabilidade e inclusão social. Foi para isso que o presidente Lula ganhou eleição. Nós estamos falando do maior estadista da história brasileira, um dos maiores do mundo. Esse é o Lula, ele não se move pelo “varejo”, pela disputa mesquinha, pelo sectarismo… Ele se move pela grande política. O Lula será republicano como sempre foi. O Lula é um ser humano bondoso, não carrega mágoas e tem o coração maior que ele.
Há espaço para uma anistia de Jair Bolsonaro e de seus filhos por eventuais crimes cometidos?
Denúncias de ilícitos? Isso é da esfera do MP, da PF e, em última instância, do Judiciário. Por que o Executivo, liderado pelo presidente Lula, se meteria nisso? A energia do governo Lula estará voltada para a solução dos problemas do país. Quem dirige olhando para trás bate o carro. O governo Lula olhará para a frente. Lula tem o futuro do Brasil para pavimentar, aí estará toda a sua energia e dedicação.
O que achou da declaração de Hamilton Mourão de que teria sido um erro o governo Bolsonaro ter “aceitado passivamente” a decisão do STF de anular as condenações de Lula?
O vice Mourão, com todo o respeito, ainda está no palanque. As eleições se encerraram. O Lula não tem nenhuma condenação, o Judiciário e a ONU já se manifestaram, chega. Diria para o Mourão olhar mais o que nos une do que o que nos divide. Ele pode ajudar o governo Lula a melhorar a vida dos brasileiros, ele pode nos ajudar a fazer um Brasil forte e justo. Não por nós, mas pelos interesses do povo brasileiro. Não há necessidade de manutenção desse ambiente bélico, sectário. O Mourão sempre me pareceu um homem ponderado, eu pediria para que ele ajudasse a unificar o Brasil, a pacificar o nosso povo, que ele ajudasse na construção de uma transição madura, pacífica, que colocasse o Brasil acima das disputas. Se o FHC recebeu o Lula na transição em 2002, por que o Bolsonaro não pode fazer o mesmo? Isso representaria um gesto de unidade para o povo brasileiro. Isso baixaria a temperatura do país. É preciso construir a paz no Brasil, é preciso construir a estabilidade institucional.
O PT apoiaria a reeleição de Arthur Lira? Caso positivo, sob quais condições?
Como tenho dito, essa é uma agenda da Câmara dos Deputados, da bancada do PT na Casa. O que eu garanto é que o governo do presidente Lula estará de portas abertas para dialogar com todas as forças políticas, com todos os partidos. O presidente Lula construiu sua trajetória política dialogando, construído posições de unidade. Assim será no seu terceiro mandato.
Lula quer o União Brasil na base do governo? E o PP, PL e Republicanos?
O presidente Lula quer dialogar com todos os partidos que querem construir um Brasil democrático, forte economicamente e justo. Repito, o presidente Lula construiu sua história política dialogando e formando ideias majoritárias que transformam a vida do povo. Assim será.