Lula e Biden defendem democracia e meio ambiente na Casa Branca
Lula e Joe Biden fazem reunião na Casa Branca nesta sexta-feira (10/2); é a quinta visita do petista à sede do governo americano
atualizado
Compartilhar notícia
Os presidentes Lula e Joe Biden defenderam a democracia e a preservação ambiental ao começo do primeiro encontro dos dois após a posse do brasileiro, no Salão Oval da Casa Branca. O compromisso é o mais importante da agenda que Lula cumpre nesta sexta-feira (10/2) em Washington. Os mandatários elogiaram a resiliência das democracias que presidem e prometeram trabalhar conjuntamente para fortalecê-la. Prevista para durar 15 minutos, a conversa reservada de Lula e Biden levou uma hora, o que surpreendeu ministros dos dois países, que farão uma reunião em seguida com os presidentes.
“O senhor sabe que o Brasil ficou quatro anos se automarginalizando. Um presidente que não gostava de manter relações com nenhum país. O mundo dele continuava e começava com as fake news, de manhã, de tarde e de noite”, disse Lula a Biden, em referência a Jair Bolsonaro. Biden riu e disse que o tema era familiar após Lula dizer que Bolsonaro “menosprezava as relações internacionais”.
O presidente brasileiro dividiu sua fala inicial em três “problemas” que demandarão atuação conjunta dos dois países: questão climática, combate à desigualdade e nunca mais permitir a reedição de um Capitólio nos EUA ou do 8 de janeiro no Brasil. Em 2021, o Congresso americano foi invadido por trumpistas. Dois anos depois, as sedes dos Três Poderes do Brasil foram invadidas por bolsonaristas.
Lula reafirmou o compromisso brasileiro em zerar o desmatamento até 2030 e voltou a atacar o governo Bolsonaro.
“Nos últimos anos, a Amazônia foi invadida pela irracionalidade política, irracionalidade humana. Tivemos um presidente que mandava desmatar, mandava garimpo entrar nas áreas indígenas, mandava garimpar nas reservas que nós demarcávamos na Amazônia. Assumi o compromisso de que, até 2030, nós vamos chegar ao desmatamento zero”, disse Lula a Biden.
O petista defendeu a tomada de decisões ambientais mais contundentes a nível global. “Se não tiver uma governança global forte, que tome decisões que todos os países sejam obrigados a cumprir, a questão climática não vai dar certo”, acrescentando que o Brasil vai “levar muito a sério” a pauta. Lula também disse a Biden que “não temos muito tempo; precisamos tomar atitudes urgentemente” na preservação do meio ambiente.
Quando abordou a desigualdade social, Lula disse que a juventude negra é vítima do Estado.
“Nos Estados Unidos e no Brasil, os jovens negros da periferia são vítimas muitas vezes da incapacidade do Estado. A meu ver, isso na periferia é a ausência do Estado com políticas públicas para garantir sonhos à juventude”.
Biden disse que era uma “honra” receber Lula de volta à Casa Branca. O presidente americano afirmou que Brasil e EUA são “democracias fortes” e que foram “duramente testadas”, mas que “prevaleceram”.
Biden recordou a conversa telefônica que teve com Lula após os ataques do dia 8 de janeiro e manifestou “apoio incondicional dos EUA à democracia brasileira e o respeito à vontade livre do povo brasileiro”. Ele declarou que EUA e Brasil precisam “permanecer juntos, rejeitar a violência política e valorizar as instituições democráticas”.
“O Estado de Direito, a liberdade e a igualdade são valores centrais e pelos quais ambos prezamos. Os nossos valores compartilhados, e os fortes laços entre os nossos povos, fazem com que Brasil e EUA estejam na mesma página, especialmente para enfrentar a mudança climática”, disse Biden.
Ver essa foto no Instagram