metropoles.com

Lula e Biden anunciam que EUA irão aderir ao Fundo Amazônia

Lula disse que levou a Biden a necessidade de países desenvolvidos aderirem a um fundo, podendo ser o Amazônia ou não, para a preservação

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Lula-EUA
1 de 1 Lula-EUA - Foto: null

Washington (DC) – O presidente Lula afirmou nesta sexta-feira (10/2), após reunir-se com o presidente Joe Biden, na Casa Branca, que os Estados Unidos irão aderir ao Fundo Amazônia, por meio do qual Alemanha e Noruega contribuem para a proteção da Amazônia. Após o anúncio de Lula, um comunicado conjunto (leia a íntegra ao fim desta reportagem) dois dois presidentes confirmou um “apoio inicial” ao fundo. O valor inicial deve ser US$ 50 milhões. O texto divulgado pelos dois falou ainda da importância de se trabalhar pela paz na Ucrânia e da reforma do Conselho de Segurança da ONU, com a ampliação dos assentos permanentes.

Lula disse que levou a Biden a necessidade de países desenvolvidos aderirem a um fundo, podendo ser o Amazônia ou não, para a preservação de florestas em países que têm grandes áreas de reservas florestais.

“Países ricos precisam assumir a responsabilidade de financiar países com reservas florestais. Só na América do Sul, nós temos o Peru, a Colômbia, a Venezuela, as Guianas. Nós temos a necessidade de preservar e o que eu posso dizer é que ele vai participar do Fundo Amazônia”, disse Lula.

O presidente também defendeu a Biden a criação de um organismo multilateral para cuidar da governança mundial do clima.

Lula disse também que na conversa com Biden, os dois chefes de Estado conversaram sobre igualdade racial e fortalecimento da democracia. O presidente apontou que a relação do Brasil com os Estados Unidos é “muito importante”, e que o presidente americano está convencido a ajudar países com reservas florestais, como Brasil e o Congo.

“É preciso ter em conta que nós precisamos transformar a riqueza da nossa biodiversidade em algo que possa ser proveitoso para o povo brasileiro que mora Amazônia, e eu senti vontade do presidente Biden em participar de um fundo para que a gente possa cuidar melhor do nosso planeta”, disse Lula.

Guerra na Ucrânia

O presidente informou também que levou a Biden a necessidade de por um fim na Guerra da Ucrânia. Lula disse que apresentou ao presidente americano a mesma proposta feita ao presidente francês Emmanuel Macron e ao chanceler da Alemanha, Olaf Scholz.

“Nós precisamos criar um grupo de países que não estão envolvidos diretamente na guerra da Rússia contra Ucrânia para que a gente encontre possibilidade de paz. Eu estou convencido que é preciso encontrar uma saída para o fim da guerra e ele [Biden] compartilha da mesma preocupação”, disse o presidente brasileiro.

Lula e Biden têm divergências sobre como tratar a guerra na Ucrânia. O governo americano, a exemplo do que fizeram França e Alemanha, gostaria de que o Brasil fornecesse armamentos para a Ucrânia, o que já foi negado por Lula.

Antes do encontro entre os presidentes, na quinta-feira (9/2), a Casa Branca informou aos jornalistas que o governo americano via com ressalvas a proposta de Lula para formar um “clube da paz” para a Ucrânia. Os EUA são intransigentes em relação ao reconhecimento de que a Ucrânia teve a soberania violada pela Rússia.

No comunicado conjunto divulgado por Lula e Biden, o tom sobre a responsabilidade da Rússia no conflito foi mais duro do geralmente adotado pelo petista ao tratar do tema.

“Ambos os presidentes lamentaram a violação da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia e a anexação de partes de seu território como violações flagrantes do direito internacional”, afirmou o texto.

Leia a íntegra do comunicado conjunto dos dois presidentes

“Hoje, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da República Federativa do Brasil, e o Presidente Joseph R. Biden Jr., dos Estados Unidos, encontraram-se em Washington, D.C. Durante o encontro, os dois líderes reafirmaram a natureza vital e duradoura da relação Brasil-EUA e ressaltaram que o fortalecimento da democracia, a promoção do respeito aos direitos humanos e o enfrentamento da crise do clima figuram no centro de sua agenda comum.

Como líderes das duas maiores democracias das Américas, o Presidente Lula e o Presidente Biden comprometeram-se a trabalhar juntos para fortalecer as instituições democráticas e saudaram a segunda Cúpula pela Democracia, a realizar-se em março de 2023. Ambos os líderes notaram que continuam a rejeitar o extremismo e a violência na política, condenaram o discurso de ódio e reafirmaram sua intenção de construir resiliência da sociedade à desinformação e concordaram em trabalhar juntos nesses assuntos. Discutiram os objetivos compartilhados de fazer avançar a agenda dos direitos humanos por meio da cooperação e da coordenação em questões tais como inclusão social e direitos trabalhistas, igualdade de gênero, equidade e justiça raciais, e proteção dos direitos das pessoas LGBTQI+. Também assumiram o compromisso de revitalizar o Plano de Ação Conjunta Brasil-EUA para a Eliminação da Discriminação Étnico-Racial e Promoção da Igualdade, para benefício mútuo de comunidades raciais, étnicas e indígenas marginalizadas, incluindo pessoas de ascendência africana, em ambos os países.

Ambos os líderes estão determinados a conferir urgente prioridade à crise climática, ao desenvolvimento sustentável e à transição energética. Reconhecem o papel de liderança que o Brasil e os EUA podem desempenhar por meio da cooperação bilateral e multilateral, inclusive no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e do Acordo de Paris. Os Presidentes Lula e Biden recordaram a Iniciativa Conjunta sobre Mudança do Clima, estabelecida em 2015, que criou o Grupo de Trabalho de Alto Nível Brasil-EUA sobre Mudança do Clima (GTMC). Decidiram instruir o GTMC a voltar a reunir-se com a maior brevidade possível, com vistas a examinar áreas de cooperação, como combate ao desmatamento e à degradação, reforço da bioeconomia, estímulo à implantação da energia limpa, fortalecimento de ações de adaptação e promoção de práticas agrícolas de baixo carbono. Como parte desses esforços, os Estados Unidos anunciaram sua intenção de trabalhar com o Congresso para fornecer recursos para programas de proteção e conservação da Amazônia brasileira, incluindo apoio inicial ao Fundo Amazônia, e para alavancar investimentos nessa região muito importante. Os líderes expressaram, ainda, a determinação de lutar contra a fome e a pobreza, reforçar a segurança alimentar global, fomentar o comércio e eliminar barreiras, promover a cooperação econômica e fortalecer a paz e a segurança internacionais. 

Também discutiram o interesse em intensificar a cooperação bilateral em áreas como comércio e investimentos, energia, saúde, ciência, tecnologia e inovação, defesa, educação e cultura e assuntos consulares, por meio de abordagem focada em resultados que beneficiem ambas as sociedades. Ao reconhecer a importância da resiliência das cadeias de suprimentos, especialmente na atual conjuntura global, comprometeram-se a continuar a cooperação nesse campo com diálogos público-privados específicos.

Os dois líderes também examinaram ampla gama de questões globais e regionais de interesse mútuo. Ambos os presidentes lamentaram a violação da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia e a anexação de partes de seu território como violações flagrantes do direito internacional e conclamaram uma paz justa e duradoura. Os líderes expressaram preocupação com os efeitos globais do conflito na segurança energética e alimentar, especialmente nas regiões mais pobres do planeta e externaram apoio ao funcionamento pleno da Iniciativa de Grãos do Mar Negro. Os Presidentes Lula e Biden tencionam fortalecer a cooperação em instituições multilaterais, inclusive no contexto da vindoura presidência brasileira do G20. Os dois líderes expressaram a intenção de trabalhar juntos para uma reforma significativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas, como a expansão do órgão para incluir assentos permanentes para países na África e na América Latina e Caribe, de modo a torná-lo mais representativo dos membros da ONU e aperfeiçoar sua capacidade de responder mais efetivamente às questões mais prementes relacionadas à paz e à segurança globais. 

O Presidente Lula convidou o Presidente Biden a visitar o Brasil, e o Presidente Biden aceitou o convite. Os dois líderes comprometeram-se a ampliar seu diálogo e buscar cooperação mais profunda em preparação para a celebração do bicentenário das relações diplomáticas Brasil-EUA em 2024.”

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comGuilherme Amado

Você quer ficar por dentro da coluna Guilherme Amado e receber notificações em tempo real?