Lula se reuniu com diretores da Abin após voltar da China
Reunião de Lula com diretores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) aconteceu no Palácio do Planalto, em abril
atualizado
Compartilhar notícia
Após voltar da viagem à China, Lula teve encontro reservado com os diretores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no Palácio do Planalto. O compromisso não constou na agenda oficial do presidente.
O mandatário convidou os diretores para explicarem o trabalho da agência e como funcionam os fluxos de informação. A reunião, no dia 19 de abril, foi recebida positivamente dentro da Abin, como um gesto de aproximação.
O encontro foi um pedido de Lula quando indicou o novo diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa, em março, e ocorreu em abril após a agência completar o seu quadro de diretores. Além deles, compareceu uma funcionária de carreira representando os demais servidores.
Jair Bolsonaro, por exemplo, nunca teve uma reunião como essa. Ele se comunicava apenas com o diretor-geral da Abin, quando julgava necessário. Na época em que o diretor era o delegado Alexandre Ramagem, hoje deputado, o contato era mais frequente.
O trabalho da Abin é um dos pontos centrais da investigação em relação ao 8 de Janeiro, já que a agência enviou informes antes dos atos golpistas alertando para o que poderia ocorrer. A oposição acusa o governo Lula de ter ignorado os avisos.
Servidores da agência culpam a burocracia dos militares do governo pelo problema. Após a remoção da Abin do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o presidente Lula passou a receber informes de inteligência quase em tempo real, com mais agilidade do que antes, segundo fontes do órgão.
Na viagem à China, por exemplo, Lula leu os informes de inteligência da agência no avião, a caminho do país da Ásia Oriental. No GSI, o ministro, muitas vezes, emperrava o fluxo de informações, segundo servidores, engavetando relatórios que recebia.
A Abin foi transferida do GSI para a Casa Civil no início de março. Foi uma reação ao 8 de Janeiro, mas também uma demanda de longa data de servidores que se queixavam da lentidão dos militares.
Servidores notaram também que, além de Lula, ministros estão recebendo a informação produzida pela Abin de forma mais ágil.